Moradores de favela de SP protestam contra ação policial e morte de jovem

Um jovem de 18 anos morreu em ação policial na manhã desta terça-feira (27) na favela do Moinho, centro de São Paulo. De acordo com moradores do local, o jovem Leandro de Souza Santos teria sido perseguido pela PM até um barraco dentro da favela, onde teria sido encurralado e baleado por soldados da PM.

Procurada pela manhã, a assessoria de imprensa da PM disse que houve troca de tiros entre policiais e pessoas não identificadas na favela e um indivíduo teria sido baleado, sendo este posteriormente levado ao Pronto Socorro da Santa Casa de Misericórdia. Em nota, a Santa Casa diz que Leandro foi levado ao Pronto Socorro sem vida.

Para o irmão de Leandro, que não quis ser identificado, ele era somente um usuário de maconha e cocaína e era improvável que ele portasse uma arma, como disse a PM.

Após a ação policial, moradores da comunidade se reuniram em protesto no começo da tarde, fechando vias do Centro e a via férrea da linha 8 diamante da CPTM. Houve confusão e a PM utilizou gás pimenta e bombas de gás lacrimogênio para dispersar os manifestantes.

Alguns foram detidos e dois policiais ficaram feridos, de acordo com a assessoria da PM. No entanto, a assessoria não soube informar até o fechamento desta reportagem quantas pessoas tinham sido detidas na manifestação.

Mas de acordo com a moradora Sariane de Santos Lima, os moradores estavam somente protestando por Justiça e para ela a ação policial foi desproporcional.

Em nota pública, a comunidade da favela do Moinho ainda acusa a PM de levar a testemunha presencial da morte de Leandro sem a presença de advogados e que seu paradeiro ainda é desconhecido.

A Secretaria de Segurança Pública foi procurada pela reportagem com questionamentos sobre a ação policial que culminou na morte de Leandro de Souza Santos e sobre o número de detidos na manifestação da tarde, mas eles não deram resposta até o fechamento da reportagem.

Com colaboração da TV Brasil.