Morador de rua morre em SP após aumento do frio; pastoral pede mais ações emergenciais
Inverno
Publicado em 19/07/2017 - 18:52 Por Nelson Lin - São Paulo
Um morador de rua faleceu na tarde de terça-feira (18) próximo à região do hospital das clinicas, zona oeste de São Paulo. A suspeita é que a causa da morte tenha sido o frio. Segundo a Polícia Militar, um pedestre estranhou avistar, no final da tarde, a mesma cena que seus olhos registraram pela manhã, de alguém enrolado em um cobertor.
À tarde, percebeu que havia algo de errado e alertou a PM, que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou óbito no local.
O Instituto Nacional de Meteorologia registrou na terça-feira, dia 18, a tarde mais fria do ano e a segunda temperatura mais baixa dos últimos 13 anos para o período, indicando, às 3 horas da tarde, a marca de 10,2°C. Foi o mesmo nível de 2004 e há quatro anos não fazia tanto frio assim nesse horário.
Em nota, a prefeitura lamentou a morte do morador, e informou que aguarda o laudo técnico do IML sobre a causa da morte. Informou ainda que mesmo com a ampliação de vagas para acolher os moradores de rua, a capacidade é insuficiente para todos os necessitados.
A prefeitura acrescentou que realizará ações emergenciais para distribuição de cobertores, roupas e alimentação. Diz ainda que já foram entregues mais de mil cobertores durante a madrugada desta quarta-feira, e que a prioridade é atender a essa população por meio do Plano de Contingência para Situações de Baixas Temperaturas.
Mas, de acordo com o padre Júlio Lancelotti, da Pastoral de Rua, foram dois moradores de ruas mortos em função do frio na tarde de ontem. Ele relatou ter conhecimento de outro morador morto em função do frio na Avenida do Estado, na zona leste de Sâo Paulo. E cobra mais agilidade nas medidas emergenciais nessa onda de frio.
Robson Cesar Mendonça, do Movimento Estadual da População em situação de rua reclama que a Guarda Civil Metropolitana e as equipes de limpeza retiram cobertores de moradores de rua, e ainda jogam jatos de água fria em moradores de rua, mesmo com as temperaturas baixas na cidade.
Procurada, a prefeitura e a secretaria municipal de assistência social não responderam às questões apresentadas por Mendonça até o fechamento.
Quem quiser ajudar os moradores de rua nessa onda de frio em São Paulo, pode doar roupas ou cobertores na pastoral de rua do Padre Julio Lancelotti, que fica na rua Taquari 1100 na Mooca, ou participar do mutirão de ajuda aos moradores de rua promovido pelo movimento da população em situação de rua, todo fim de tarde às 18h30, na frente do escritório da secretaria dos direitos humanos, na rua Líbero Badaró, 119 no centro de São Paulo, o telefone deles para saber outras formas de ajudar é (11) 948337093.
Com colaboração da TV Brasil.