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Poluição em Cuiabá está 5 vezes maior que o tolerável

Meio Ambiente
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Maísa Penetra
21/09/2017 - 09:05
Brasília

A qualidade do ar na região de Cuiabá e Várzea Grande preocupa os especialistas. Em razão das queimadas, típicas nesta época do ano, a mudança do vento aliada a escassez de chuvas cria as condições para a formação do fenômemo smog, uma espécie de neblina poluída.


O smog, além de ser altamente tóxico e causar problémas à saúde também reduz a visibilidade causando acidentes de trânsito.


O laboratório da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema) publicou um boletim que apontou que desde o início de setembro a situação vem se complicando: as partículas nocivas estão numa concentração cinco vezes maior que a tolerável.


O coordenador de Monitoramento de Qualidade Ambiental da Sema, Sérgio Batista, diz que somente a chuva pode acabar com a formação do fenômeno.


“Tem uma série de coisas que colabora: tem a massa de ar que trouxe essa chuva de poluição, tem a ausência de vento, a localização geográfica que desfavorece a dispersão de poluentes. Cuiabá e Várzea Grande ficam numa depressão, então é uma série de fatores. Se não chover nos próximos dias, pode haver uma intensificação desse processo e aí pode se formar o smog.”


De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), há previsão de chuvas na região somente na próxima semana. Além disso, as temperaturas vão continuar altas e a umidade do ar pode chegar aos 11%, típica de ambientes desérticos.


Para não ter a saúde prejudicada por tudo isso, a principal recomendação é evitar exercícios ao ar livre e, caso precise, usar soro fisiológico para umedecer as narinas.


Advaldo Barros, especialista em clínica médica, diz que hidratação constante e uma alimentação leve também ajudam.


“Ser prudente e ter uma rotina para esses dias é o mais saudável, o mais recomendável.”


O comandante do Batalhão de Emergências Ambientais, Paulo Barroso, afirma que o avanço das queimadas é preocupante, pois mostra que a população não está consciente dos riscos do uso do fogo, especialmente neste período.


“As pessoas tem que ter muito cuidado quando forem fazer fogueiras em beira de rio, ao cozinhar alimentos, assar um peixe, por exemplo.”


Até 30 de setembro, utilizar fogo em áreas rurais é crime passível de seis meses a quatro anos de prisão e multa. A lei também vale para queimadas urbanas, como queima de lixo, por exemplo.

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