No Rio, esquema de uso ilícito de vales-alimentação e transporte movimentou mais de R$ 12 milhões
A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou operação, nesta quarta (4), para combater um esquema de lavagem de dinheiro através da compra de vales-refeição, alimentação e transporte.
A ação, batizada de Fantoche, cumpriu 46 mandados de busca e apreensão, em endereços comerciais e residenciais das zonas sul, oeste e centro do Rio; Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo, Mesquita e Nilópolis, na Baixa Fluminense; e Londrina, no Paraná.
De acordo com investigações, as empresas abriam empresas de fachada no ramo alimentício para conseguir, com operadores de cartão, as máquinas que aceitam cartões alimentação e refeição.
Em seguida, os equipamentos eram enviados para escritórios que, geralmente, também comercializam ouro, e onde era feita a compra em benefício dos trabalhadores. Em cada transação, era cobrada uma taxa entre 15% e 18%.
No caso do vale-transporte, o esquema era diferente. Os trabalhadores deixavam os cartões no escritório, onde eram recolhidos por atravessadores que os levavam até empresas de ônibus e vans coniventes com o esquema. Lá, os créditos eram descarregados. Em seguida, o cartão vazio era devolvido ao trabalhador junto com o dinheiro da venda. A taxa cobrada neste caso chegava a 50%.
Apenas uma das quadrilhas investigadas movimentou mais de R$ 12,5 milhões, em dois meses. Os 90 envolvidos no esquema serão indiciados por lavagem de dinheiro, associação criminosa, falsidade ideológica e crime contra economia popular.