Publicado em 20/03/2018 - 21:23 Por Raquel Júnia - Rio de Janeiro
A situação dos cursos d'agua que cortam a capital fluminense piorou, metade de 12 rios monitorados têm qualidade ruim e metade regular.
Essa é a conclusão de um levantamento da organização SOS Mata Atlântica divulgado nesta semana. Os dados fazem com que o Rio de Janeiro tenha os piores indicadores entre as 17 capitais dos estados do bioma Mata Atlântica.
Foram analisadas amostras de águas em regiões diferentes da cidade, como o Rio dos Macacos, que corta o Jardim Botânico, o Rio Catarino, em Realengo, na Zona Oeste e o Rio Joana, na Tijuca, na zona norte.
As medições nos 12 rios foram feitas por parceiros da SOS Mata Atlântica entre março de 2017 e fevereiro deste ano. Em comparação ao estudo anterior feito entre março de 2016 e fevereiro de 2017, os índices de qualidade ruim saltaram de 28,6% para 57% e os com qualidade regular cairam de 71% para 42,9%.
O levantamento foi divulgado exatamente na semana em que é realizado o Fórum Mundial da Água, em Brasília, e em que movimentos sociais e organizações realizam um Fórum Alternativo, para cobrar dos governos e empresas responsabilidade com o recurso natural.
Para o engenheiro sanitarista Alexandre Pessoa, professor pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz, os rios são um espelho das políticas pública de saneamento.
Alexandre destaca ainda a necessidade de um monitoramento e ações efetivas de recuperação por parte do poder público, levando em conta as águas naturais, os sistemas de drenagem e os sistemas de saneamento. O Instituto Estadual do Ambiente, o Inea, foi procurado, mas não se posicionou até o fechamento desta reportagem.