Publicado em 14/06/2018 - 10:09 Por Eliane Gonçalves - São Paulo
No dia 13 de junho de 2015 o MPL, Movimento Passe Livre, convocou o quarto protesto na capital paulista contra o reajuste nas tarifa de transporte público.
O professor de História da rede pública do Estado, Severino Honorato, estava entre os manifestantes e percebeu a tensão no ar bem antes dos protestos começarem.
Os manifestantes se reuniram no centro de São Paulo e caminharam até a avenida Consolação a caminho da avenida Paulista. Na altura da rua Maria Antônia, os policiais avisaram que eles não poderiam seguir em frente. Foi aí que começaram as bombas.
O professor Severino foi a primeira pessoa a socorrer o fotógrafo Sérgio Silva. Ele foi uma das 150 pessoas que, segundo o MPL, sofreram algum tipo de agressão policial naquele dia.
Sérgio foi atingido por uma bala de borracha e perdeu o olho esquerdo.
Nessa quarta-feira (13), cinco anos depois, ele e o jornalista Tadeu Breda lançaram o livro Memória Ocular.
Sérgio descreve a última foto que tirou antes de ser atingido pela bala
Mas também descreve a primeira foto que tirou ainda dentro do hospital, um autoretrato com um curativo no lugar do olho
O livro foi lançado em um ato que lembrou os 5 anos do protesto.
Além de Sérgio, outras vítimas da violência policial também participaram do ato como Deborah Fabri a estudante que em 2016 também foi atingida no olho por uma bala de borracha e perdeu a visão.
Nenhum policial militar ou agente público foi responsabilizado desde então.
Sérgio perdeu em duas instâncias a ação em que pede uma indenização do Estado. Ele ainda avalia se vai recorrer ao STJ.
* Áudio atualizado às 13h59 de 14-06-18.