Pesquisadores do Inpa alertam para alto número de resgates de filhotes de peixe-boi
Meio Ambiente
Publicado em 19/06/2018 - 11:11 Por Michelle Moreira - Brasília
O número elevado de filhotes de peixe-boi que têm sido encaminhados ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) tem preocupado pesquisadores.
Nos últimos 15 dias, foram cinco animais recém-nascidos. Isso representa quase a metade do que o instituto costuma receber durante um ano todo. Os resgates acontecem em diferentes pontos do estado do Amazonas.
Entre as possibilidades para o aumento no número de casos estão o maior número de redes de pesca neste período de cheia dos rios e o trabalho em parceria com órgãos ambientais, como o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e o Batalhão da Polícia Militar Ambiental, que, após receberem o animal, encaminham de imediato ao instituto.
A pesquisadora do Inpa Vera da Silva explica que os bichos são apanhados de forma acidental nas redes de pesca e o pescador acaba fazendo o resgate. Mas, segundo a pesquisadora, na maioria das situações essa não é a melhor opção.
Vera explica ainda que o peixe-boi tem um vínculo muito forte com a mãe e que a reintrodução do animal na natureza costuma ser demorada.
Mas a estudiosa alerta para a necessidade de usar o bom senso. Caso o animal esteja ferido, o ideal é fazer de fato o resgate e procurar o Batalhão Ambiental. Na natureza, o filhote sem a mãe não tem chances de sobrevivência.
O peixe-boi é uma espécie em extinção. A fêmea apresenta ciclo produtivo lento, gera um filhote a cada três anos. Isso faz com que danos contra o animal sejam difíceis de serem revertidos.