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Bebê indígena enterrada viva deixa hospital em Mato Grosso; menina vai para um abrigo

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Michelle Moreira
12/07/2018 - 13:28
Brasília

A bebê indígena enterrada viva logo após nascer, no dia cinco de junho, em Canarana, em Mato Grosso, deixou, nessa quarta-feira, a Santa Casa, em Cuiabá, e foi transferida para o abrigo municipal Higyno Penasso na sua cidade de origem.

 

A viagem de avião foi acompanhada pelo Conselho Tutelar e pela Casai – Casa de Saúde Indígena.

 

A menina, de pouco mais de um mês de idade, ficou internada na unidade hospitalar desde que foi resgatada e precisou passar por dois procedimentos cirúrgicos após ter sido diagnosticada com infecção generalizada, insuficiência respiratória; além de ter que ser alimentada por meio de sonda.

 

Analu Kamayura foi enterrada no quintal da casa da bisavó Kutsamin Kamayura logo após seu nascimento. Além da bisavó, também foi denunciada a avó materna da criança, Tapoalu Kamayura. As duas foram apontadas como autoras dos fatos.

 

De acordo com as investigações, o crime aconteceu na residência da bisavó de Analu, logo após auxiliar no parto da neta, Maialla Kamayura, de 15 anos. Depois de cortar o cordão umbilical, a bisavó embrulhou o bebê em um pano e o enterrou numa cova de aproximadamente 50 centímetros, onde a recém-nascida ficou por cerca de seis horas. Uma denúncia anônima levou os policiais ao local e a criança foi resgatada.

 

Segundo o Ministério Público, testemunhas relataram que a conduta criminosa foi planejada semanas antes do nascimento da criança. O motivo seria o fato de Maialla ser mãe solteira. A cova foi aberta no período da manhã, no dia do parto. Nenhum parente teria pedido ajuda à Casai; mesmo Maialla tendo apresentado hemorragia.

 

A avó Tapoalu Kamyurá e a bisavó Kutsamin Kamayura cumprem prisão especial na sede da Funai em Canarana.

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