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Empresário suspeito de desvio de verba da saúde no AM é acusado de tortura de integrantes do esquema

Amazonas
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Renata Martins
23/07/2018 - 20:15
Brasília

Empresário suspeito de desvio milionário de recursos da saúde no Amazonas é acusado de torturar membros do esquema, que desviaram dinheiro da própria organização criminosa.

 

O crime teria ocorrido em junho de 2016. O médico e empresário Mouhamad Moustafa, a sócia dele, Priscila Marcolino, a enfermeira Jennifer Naiyara Yochabel e outros seis policiais civis e militares foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público Federal pelo crime de tortura contra dois ex-funcionários da Salvare Serviços Médicos Ltda.– uma das empresas investigadas na Operação Maus Caminhos.

 

Segundo as investigações, dois homens, à época empregados no setor de contabilidade da Salvare, teriam desviado recursos da folha de pagamento da empresa para benefício próprio. As vítimas foram atraídas para casa de Jennifer, apontada como chefe do núcleo operacional do esquema.

 

No local, Mouhamad teria criado uma espécie de tribunal particular, como destaca o procurador da República Alexandre Jabur.

 

De acordo com o MPF, sob ameça de serem espancados, presos e mortos na cadeia, os dois homens confessaram os desvios e assinaram documentos de rescisão de contrato de trabalho e quitação de verbas rescisórias, apesar de nada terem recebido.

 

O crime foi registrado em uma gravação de áudio encontrada no celular de Jennifer.

 

O fato foi identificado no curso das investigações da operação Maus Caminhos que investiga desvios de sistema público de saúde. Além dos empresários, as fraudes tinham envolvimento de políticos, entre eles, o ex-governador do Amazonas José Melo e cinco ex-secretários.

 

Simone Guerra, advogada de defesa de Mouhamad Moustafa afirma que ele ainda não foi citado sobre a acusação de tortura, mas considera a referida denúncia descabida.

 

A Secretaria de Segurança Pública ainda não retornou nosso contato para falar sobre os policiais denunciados. Nós não conseguimos contato com a defesa de Priscila Marcolino e Jennifer Naiyara.

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