Cremerj denuncia falhas no Hospital Federal de Bonsucesso; Ministério da Saúde nega
Uma vistoria realizada pelo Conselho Regional de Medicina (Cremerj), no Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte do Rio, constatou falta de profissionais, de medicamentos e insumos básicos como luvas e seringas, o que faz, inclusive, o hospital desmarcar procedimentos.
De acordo com o presidente do Cremerj, Nelson Nahon, a vistoria, realizada no último dia 30 de julho, constatou ainda a existência de duas salas de atendimento equipadas completamente fechadas na emergência – as salas vermelha e amarela - que deveriam atender a pacientes de acordo com a classificação de risco. Segundo ele, enquanto isso, o hospital, que tem emergência aberta, improvisa locais de atendimento.
Outro problema verificado está na triagem do hospital, que, segundo o Cremerj, não é feita por profissionais de saúde, mas sim técnico-administrativos.
A assessoria de imprensa do hospital, ligada ao Ministério da Saúde, respondeu que não reconhece esse relatório porque o documento sequer foi enviado à gestão da unidade, como é de praxe, e que há informações falsas e desatualizadas.
A nota diz ainda que a direção-geral protocolou uma reclamação e pedido de retratação pública junto ao Cremerj, além de notificar o Conselho Federal de Medicina e a Defensoria Pública da União.
O Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde também respondeu à reportagem, informando que 1.400 profissionais de saúde e de apoio à assistência do processo seletivo deste ano já foram contratados e que a previsão é de mais 2.560 profissionais atuando nos seis federais do Rio até o próximo mês.
O Hospital Federal de Bonsucesso, segundo o Departamento de Gestão Hospitalar, está recebendo 750 profissionais, o que representa um aumento de 18% no quadro funcional.
O Cremerj não é a única instituição a denunciar a falta de assistência nos hospitais federais. No último dia 10 de agosto, a Defensoria Pública da União entrou com uma ação coletiva responsabilizando o Ministério da Saúde pela redução no atendimento da rede federal do Rio a pacientes com câncer.
Nesta quinta-feira (23), está prevista uma reunião entre os gestores dos hospitais federais e a Defensoria Pública da União para tratar da redução do atendimento oncológico.
