Os brasileiros estão casando menos e se divorciando mais. Mas as uniões homoafetivas, ou seja, entre pessoas do mesmo sexo, caminham na proporção inversa, mostrando crescimento. É o que indicam as Estatísticas de Registro Civil 2017 divulgadas nesta quarta-feira pelo IBGE.
Enquanto o número de registros de casamentos em 2017 foi de 1 milhão e 700 mil pessoas, uma queda de 2,3% em relação a 2016, no sentido oposto, as uniões homoafetivas aumentaram 10% no período, passando de 5.354 para 5.887.
Os casamentos entre cônjuges femininos foram os que mais contribuíram para o aumento de casamentos de pessoas do mesmo sexo, representando 57,5% das uniões civis dessa natureza em 2017. Enquanto os registros referentes aos casamentos entre homens cresceram 3,7%, os casamentos entre mulheres apresentaram aumento de 15,1%.
A coordenadora da pesquisa, Klívia Oliveira, destaca que as estatísticas são um reflexo das mudanças pelas quais passam o país.
Enquanto o número de registro de casamento caiu, o de divórcio aumentou 8,3% frente a 2016, com uma taxa geral de 2,48 divórcios para cada mil pessoas com 20 anos de idade ou mais. A Região Sudeste apresentou a maior taxa geral de divórcio, com 2,99%.
Entre 2007 e 2017, o tempo médio entre a data do casamento e a data da sentença ou escritura do divórcio caiu de 17 para 14 anos, mostrando um tempo menor de duração das uniões.
Os dados mostram ainda, um aumento significativo do percentual de divórcios com guarda compartilhada dos filhos.
Em 2016 16,9% dos casais se separavam com guarda compartilhada. Um ano depois, esse percentual subiu para 20,9%. Em 2014, essa proporção era de apenas 7,5%.
Entretanto, as mulheres ainda predominam na responsabilidade da guarda dos filhos menores apesar de haver avanços: em 2017, esse percentual atingiu a taxa de 69,4%, enquanto em 2016 foi de 74,4%.