Publicado em 13/12/2018 - 17:03 Por Nelson Lin - São Paulo
A Polícia Federal prendeu, nesta quinta-feira (13), o prefeito de Mauá, cidade da Grande São Paulo, Átila Jacomussi, do PSB.
Foram cumpridos ainda mais um mandado de prisão preventiva e 54 mandados de busca e apreensão. As ações ocorreram dentro da Operação Trato Feito, que investiga superfaturamento em contratos da prefeitura com empresas na área de urbanização, sistema viário, educação e transporte.
A operação é um desdobramento de uma operação deflagrada em maio deste ano, com nome similar, a Prato Feito, que investigou fraudes nas licitações de merendas e uniformes escolares.
Dois agentes públicos foram afastados, um contrato com suspeita de fraude foi suspenso e nove empresas foram proibidas judicialmente de contratar com a administração pública.
De acordo com o delegado, Victor Hugo, depois da operaçãode maio, em que o prefeito e seu secretário de governo foram presos em flagrante por lavagem de dinheiro, a Polícia Federal descobriu uma planilha detalhada que mostrava que o prefeito centralizava o recebimento de propina das empresas envolvidas no superfaturamento, para, depois repassá-las a servidores públicos e 22 vereadores.
O objetivo era comprar o apoio político dos parlamentares. Desde maio, Átila Jacomussi foi alvo de dois pedidos de impeachment, mas ambos foram rejeitados pelos 22 vereadores que receberam propina, segundo o delegado. A cidade tem 23 vereadores.
Nessa operação a polícia federal também solicitou o afastamento dos 22 vereadores mas o pedido foi negado pela justiça.
Segundo estimativas, R$ 500 mil eram desviados por mês pela organização criminosa.
Em nota, o advogado do prefeito, Daniel Biaski, disse que o novo decreto de prisão requentou fatos que já eram conhecidos e que a decisão da prisão na operação anterior foi revogada pelo Supremo Tribunal Federal.
Ele informou que, diante disso, apresentará uma reclamação ao STF.