Publicado em 01/02/2019 - 07:26 Por Renata Martins - Brasília
Não são os quase 400 quilômetros que dona Raimunda tem que percorrer de Palmas a Araguaína o maior desafio para visitar o filho que está preso na Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota.
A senhora, de 70 anos, apresentou queixa à Defensoria Pública de Tocantins por causa dos procedimentos de revista íntima realizados pelos agentes da unidade prisional.
A idosa relatou aos defensores que tem que ficar nua e agachada para ser vistoriada. Além da idade, dona Raimunda sofre com atrofiamento dos nervos.
Filha da idosa, Vanúzia, acompanha a mãe em algumas visitas e afirma que todas as mulheres passam pelo mesmo procedimento.
Vanúzia preferiu não revelar o sobrenome da família.
De acordo com o próprio governo do estado, desde 2013, uma portaria veda qualquer forma de revista invasiva ou constrangedora que submeta o visitante a condições vexatórias, como a nudez.
Esta semana, a Defensoria Pública encaminhou recomendação à Seciju - Secretaria da Cidadania e Justiça pedindo a proibição de qualquer prática de revista vexatória para permitir a entrada de visitantes na unidade Barra da Grota. Pediu ainda adoção de medidas disciplinares aos agentes e servidores que descumprirem a determinação.
A Seciju afirmou que vai avaliar a recomendação e garantiu que sete unidades prisionais do Estado, ainda este semestre, contarão com scanners corporais. Um dos equipamentos será instalado na unidade de Araguaína.