Publicado em 12/03/2019 - 12:02 Por Bianca Paiva - Brasília
Dos 102 partos realizados em janeiro na Maternidade Ethel Muriel Géddis, no município de Tarauacá, no Acre, em apenas 5 os pais fizeram o registro de nascimento do bebê.
Para mudar essa realidade, comum no interior da Amazônia, e levar cidadania aos recém-nascidos, a unidade de saúde fez uma parceria com o cartório local e, há cerca de 2 meses, passou a oferecer a emissão da certidão de nascimento, como explica Laura Pontes, gerente-geral da maternidade.
“ Trabalhando no hospital, a gente vê que metade da população não tem identidade porque não tem certidão de nascimento. E isso é um dos maiores problemas que a gente enfrenta. A procura era muito difícil. Acho que boa parte não tinha interesse. E também porque nós temos pacientes de seringais, de outras regiões do interior. E eles não buscam. Geralmente a mulher vem do seringal, tem o bebezinho, e no dia seguinte vai embora”.
A gerente da maternidade ressalta a importância de fazer o registro de nascimento do bebê.
“Além de se tornar um cidadão brasileiro, porque enquanto a pessoa não tem o documento, é como se ela não existisse, também favorece a família receber alguns benefícios, como bolsa família, auxílio da escola, auxílio maternidade, pra quem nora em zona rural. Também vai facilitar pra pessoa que precisar ficar internada, fazer o tratamento fora do domicílio”.
Para fazer o registro de nascimento na maternidade é preciso apresentar identidade e CPF do pai e da mãe e certidão de casamento, se forem casados.