Publicado em 14/05/2019 - 09:52 Por Juliana Cézar Nunes - Brasília
O Brasil é o país com a maior incidência de hanseníase no mundo. Em números absolutos, só fica atrás da Índia. São cerca de 26 mil novos casos por ano.
O Pará é um dos estados com alto número de notificações. Concentra cerca de 20% dos casos de hanseníase em criança de todo o país.
Esses números levaram para Belém a relatora especial da Organização das Nações Unidas para a eliminação da discriminação de pessoas atingidas pela hanseníase, Alice Cruz.
Ela recebeu denúncias e demandas reunidas pelo Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado.
A coordenadora desse núcleo, Juliana Oliveira, destacou a situação de pessoas que, na infância, foram separadas dos pais com hanseníase e hoje buscam indenização do Estado brasileiro.
Pessoas que vivem com hanseníase estiveram reunidas com a relatora da ONU e falaram sobre as dificuldades de acesso a tratamento e reabilitação, já que mesmo depois de tratada a hanseníase deixa sequelas.
Representantes de órgãos do governo estadual também participaram desses encontros.
O coordenador do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas por Hanseníase, Artur Custódio, afirma que existe uma expectativa positiva em relação ao trabalho da relatora da ONU.
A Defensoria Pública do Pará e a Defensoria Pública da União fazem nos próximos dias um levantamento fundiário da localização de pessoas que viveram nas antigas colônias de isolamento.
Elas pedem a titulação de parte dessas terras.
Também será apurada a falta de medicamentos para pessoas com hanseníase na rede pública e o não pagamento de benefícios previstos em lei para uma parcela desse grupo.