Publicado em 05/06/2019 - 09:45 Por Fabiana Sampaio - Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro se manteve entre os estados que registraram nível de desmatamento zero na Mata Atlântica, com desflorestamentos abaixo de 100 hectares ou um quilômetro quadrado.
De recordista nacional de devastação do bioma, há cerca de três décadas, desde 2011, o estado vem conseguindo se manter no nível considerado satisfatório. O Rio chegou a ter entre 1990 e 1995 mais de 140 mil hectares da Mata Atlântica devastada.
Entre 2017 e 2018, esse número é de apenas 18 hectares, enquanto que, no período anterior (2016/2017), foram suprimidos 49 hectares de floresta.
Os dados são do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o bioma desde 1985.
Atualmente o Rio tem mais de 900 mil hectares de Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, o que representa mais de 20% da área total desse tipo de vegetação.
O diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, avalia que o resultado é fruto da soma de fatores e ações. Ele cita iniciativas como o programa Rio Rural, Olho Verde, atuações do Ministério Publico, Polícia Ambiental, secretários de Meio Ambiente e Organizações não Governamentais.
A subsecretária de Conservação da Biodiversidade e Mudanças do Clima, da Secretaria de Estado de Ambiente e Sustentabilidade, Eline Martins, afirma que a nova gestão está comprometida com a agenda verde e em manter o Rio fora da lista de devastadores da floresta.
Entre as ações está a implementação da carteira de restauração florestal do estado.
A estimativa é de que pelo menos 132 hectares sejam reflorestados. Quatro projetos já foram aprovados para iniciar a recuperação de 20 hectares.
De acordo com o Atlas da Mata Atlântica, o desmatamento total do bioma no país, entre 2017 e 2018, caiu 9,3% em relação ao período anterior, o menor desmatamento registrado pela série histórica.
Dos 17 estados em que o bioma está presente, nove estão no nível do desmatamento zero. Cinco estados ainda mantém índices considerados inaceitáveis de desmatamento.