Três a cada 4 crianças com autismo são meninos, mas meninas têm condição mais severa
Diagnóstico sensível
Publicado em 22/06/2019 - 11:51 Por Anna Luisa Praser - Brasília
Quando o Emanuel, aos 2 anos de idade, não falava nada e não se comunicava de forma nenhuma, acendeu o sinal de alerta nos pais. A mãe dele, Michele Barros, relata que também notou comportamentos diferente do das outras crianças.
Por iniciativa própria, Michele procurou um fonoaudiólogo. A avaliação do profissional é que o atraso na fala não era preocupante. Mesmo assim, Emanuel continuava a dar mostras de um comportamento fora do padrão para a idade.
Emanuel teve diagnóstico compatível com autismo quando estava prestes a completar 3 anos. Essa condição engloba uma série de impactos no desenvolvimento neurológico, na interação social e no padrão de comportamento - sempre restritivo e repetitivo.
O laudo que atesta o Transtorno do Espectro do Autismo é feito com base na análise clínica dos pacientes. O tratamento é feito por meio de terapias ocupacionais e estímulos - e envolve uma equipe multidisciplinar.
Cada paciente precisa de um acompanhamento específico e individualizado, que vai de acordo com os sintomas apresentados e o nível de comprometimento do autista.
Viviane Guimarães, presidente do Movimento Orgulho Autista Brasil, fala um pouco da importância do diagnóstico precoce, aquele feito até os 3 anos de idade.
Já houve muita evolução na forma como as crianças autistas são recebidas e tratadas. Mas, ainda sim, de acordo com a professora do departamento de psicologia clínica Maria Izabel Raso Tafuri ainda é preciso desassociar o autismo de uma doença mental.
Dados mais recentes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) estimam que, no mundo, uma em cada 160 crianças têm transtorno do espectro autista.
Não se sabe o porquê, essa condição tende a afetar mais o sexo masculino: a cada quatro crianças diagnosticadas, três são meninos. No entanto, o grau de autismo tende a ser mais severo quando identificado em meninas.