Publicado em 24/07/2019 - 15:01 Por Raquel Júnia - Rio de Janeiro
Cinco municípios do Rio de Janeiro estão entre os 20 piores do país em saneamento básico. É o caso de Belford Roxo, o pior avaliado na 95ª posição, São Gonçalo, Duque de Caxias, São João de Meriti e Nova Iguaçu.// Os dados levam em conta apenas as 100 maiores cidades do país e fazem parte do Ranking de Saneamento do Brasil divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Trata Brasil.
Entre as cidades mais bem colocadas do país no ranking geral de saneamento apenas uma é do Rio de Janeiro, o município de Niteroi, que saltou da 19ª posição no ranking de 2018 para a 10ª no de 2019.
Entre as capitais, o Rio teve queda de 1,3 ponto percentual no tratamento de esgoto entre 2013 e 2017, mas em outros aspectos avaliados apresentou evolução.// Houve aumento de mais de 5 pontos percentuais no atendimento em água e na coleta de esgoto nos cinco anos.// Especificamente no ranking de 2019, o Rio aparece na 51ª posição.
O professor do departamento de engenharia civil da Universidade Federal Fluminense (UFF), Elson Antonio do Nascimento, destaca que na origem do problema está o atraso do Brasil em estabelecer uma lei de águas, o que só ocorreu em 1997, enquanto em outros países, a regulamentação é da década de 60, o que deixou o país ainda mais tempo com o descarte de esgoto completamente desregularizado nos cursos dágua. Além disso, a outra ponta da questão está na falta de planejamento urbano e investimento na infra-estrutura das cidades.
As informações do ranking do saneamento foram elaboradas com base nos dados de 2017 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.// Os dados mostram que de 2014 pra cá vem caindo os investimentos do país no setor.// Em 2014 foram investidos 13 bilhões e 29 milhões de reais em saneamento, já em 2017, ultimo ano com dados disponíveis, os investimentos foram de 10 bilhões e 900 milhões.
Responsável pelo saneamento em quatro dos municípios do Rio pior avaliados no ranking, a Companhia Estadual de Águas e Esgoto, a Cedae, respondeu, por meio da assessoria de imprensa, que tem investido para aumentar o atendimento da população, como os mais de 3 bilhões de reais aplicados em obras em andamento ou já concluídas apenas na Baixada Fluminense e no sistema Novo Guandu. Na capital, a Cedae informa que estão previstas 41 obras de esgotamento sanitário no valor de 1 bilhão e 600 milhões de reais, 10 delas a companhia promete que vão começar até o próximo ano.
Na nota, a Cedae ressalta ainda que o crescimento desordenado e a ocupação irregular do solo prejudicam a prestação de serviço e que a fiscalização desses aspectos não cabe à companhia.