Dia de Luta contra Hepatites: falta de sintomas pode levar à cirrose ou ao câncer
Uma das principais características das hepatites virais – que são inflamações no fígado - é justamente o que potencializa ainda mais os riscos dessas doenças: elas costumam ser silenciosas e assintomáticas, o que aumenta os perigos dos diagnósticos tardios.
Um levantamento do Ministério da Saúde feito há três anos apontou que um terço da população não cuida da própria saúde. Mais recentemente, em março desse ano, esses dados foram confirmados pela Google, quando um estudo sobre hábitos de pesquisa revelou que 32% dos entrevistados precisam estar muito doentes para procurar um médico e que somente 1% das buscas referentes à saúde são relacionadas à prevenção.
Isso representa um perigo real, já que em alguns casos, como o da Hepatite C, a fase sintomática da doença se dá normalmente quando ela já evoluiu para cirrose ou mesmo para um câncer hepático, como alerta o infectologista do Ministério da Saúde, Gláucio Mosimann:
No Brasil existem cinco tipo de hepatites virais, representadas pelas primeiras letras do alfabeto. Segundo o Ministério da Saúde, a Hepatite C - é a mais recorrente. Transmitida pelo contato com sangue contaminado, essa categoria conta com mais de 26 mil casos registrados só no ano passado.
A hepatite C é também a maior responsável pelo número de mortes: 76 por cento dos mais de 70 mil óbitos registrados.
E tem um outro dado alarmante: cerca de 75% das pessoas infectadas não sabem que têm a doença, por isso a importância de procurar as unidades de saúde para exames de rotina.
O tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS e dura entre 3 e 6 meses, dependendo da gravidade do diagnóstico.
Uma das metas do Ministério da Saúde é erradicar a Hepatite C até 2030. Para isso, é necessário tratar em torno 50 mil pessoas por ano.