Publicado em 11/07/2019 - 18:01 Por Fabiana Sampaio - Rio de Janeiro
Territórios, identidades e tradições de 48 comunidades caiçaras, 8 quilombolas e 8 indígenas serão mapeados e caracterizados em iniciativa inédita.
Até 2023, a Fiocruz e o Fórum de Comunidades Tradicionais vão promover um mapeamento social de 64 comunidades de Angra dos Reis e Paraty, no Rio de Janeiro.
Entre os territórios, estão 32 comunidades que foram recém-declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Chamado de Projeto Povos, a iniciativa é uma exigência do Ibama à Petrobras, no licenciamento ambiental para a produção de petróleo e gás no Polo Pré-sal, na Bacia de Santos.
O projeto vai avaliar também os possíveis impactos dessa exploração sobre os territórios tradicionais dos três municípios.
O Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina, parceria entre o Fórum e a Fiocruz, que é responsável pelo projeto, vai fazer uma cartografia social para caracterizar o conjunto de comunidades, levantando a situação fundiária e as demandas das comunidades em relação a saúde, educação, saneamento, práticas culturais, trabalho e renda, entre outros temas
Segundo um dos coordenadores do Observatório, Edmundo Gallo, todo o processo vai contar com o protagonismo de técnicos comunitários desses locais.
Marcela Cananea nasceu na praia do Sono, onde fica uma das comunidades caiçaras de Paraty e é uma das lideranças que participa da construção do projeto.
Ela destaca que o mapeamento vai dar a essas comunidades mais instrumentos na luta para regularização de terras, além de contribuir para a redução de impactos da exploração do Pré-Sal na região.
O lançamento oficial do Projeto Povos, aberto ao público, será no próximo sábado (13), durante a durante a Flip, Festa Literária Internacional de Paraty.