A droga mais consumida no Brasil é o álcool, seguido do tabaco e o número de pessoas que faz uso de drogas ilícitas praticamente empata com as que usam medicamentos controlados sem receita médica.
As conclusões estão no 3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, produzido pela Fiocruz e divulgado nessa quinta-feira (8).
O álcool encabeça a lista das drogas mais consumidas no país. Praticamente dois terços dos brasileiros usaram alguma bebida alcóolica alguma vez na vida. Nos 30 dias que antecederam a pesquisa, 30% dos brasileiros, ou 46 milhões de pessoas, tinham tomado pelo menos uma dose de bebida. Desse total, cerca de 2,3 milhões pessoas tinham sinais de dependência.
A segunda droga mais usada é o tabaco. Pelo menos um terço dos brasileiros afirmaram ter fumado uma vez na vida e 14% disseram ter consumido tabaco nos 30 dias que antecederam a pesquisa. A proporção equivale a 21 milhões de pessoas.
Já as drogas ilícitas praticamente empatam com os medicamentos de uso controlado. Os remédios conhecidos como tarja preta, como tranquilizantes, opiáceos e anfetamínicos, foram usados por 3% dos entrevistados nos 12 meses que antecederam o levantamento.
A proporção é parecida com o das pessoas que usaram drogas ilícitas. 3,2% dos entrevistados afirmaram ter feito uso de algum tipo de droga como maconha, cocaína, crack ou ecstasy nos últimos 12 meses.
Entre as ilícitas, a mais comum é a maconha. 2,5% dos brasileiros fizeram uso da droga no período, o que corresponde a 3,8 milhões pessoas.
Todas as outras drogas ilegais tem taxas de consumo abaixo de 1%.
A cocaína, a segunda droga ilícita mais consumida, foi usada por 0,9% dos brasileiros nos último 12 meses. Em números absolutos, são 1,3 milhão pessoas.
O uso de crack no último ano foi citado por 0,3% dos entrevistados. O que fizeram uso nos últimos 30 dias foi 0.1% da população ou 172 mil pessoas.
Ecstasy, heroína e solventes foram usados por menos de 0,2% dos entrevistados nos últimos 12 meses.
Os pesquisadores alertam que o dado pode estar subestimado, já que a metodologia adotada foi a de pesquisa domiciliar, deixando de captar usuários que estivessem na rua ou em presídios.
Para o Dartiu Xavier, do Departamento de Psiquiatria da Unifesp, o números do levantamento mostram que é preciso corrigir o foco das políticas públicas de combate às drogas no Brasil.
A pesquisa entrevistou cerca de 17 mil pessoas, em 351 municípios em todas as regiões do país.
Foram ouvidos homens e mulheres entre 12 e 65 anos, incluindo moradores de áreas rurais.
A divulgação da pesquisa faz parte de um acordo entre a Senad a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, e a Fiocruz.