Publicado em 26/08/2019 - 21:53 Por Bianca Paiva - Brasília
Dos nove estados da Amazônia Legal, oito já aderiram ao decreto presidencial para o emprego da GLOA, sigla para Garantia da Lei e da Ordem Ambiental, que prevê o uso das Forças Armadas em ações preventivas contra queimadas e desmatamentos ilegais.
A última adesão foi a do Amapá, nesta segunda-feira. No fim de semana, a solicitação já havia sido autorizada para Acre, Amazonas, Pará, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins. Apenas o estado do Maranhão não fez o pedido, até o momento.
Os militares já começaram as ações de enfrentamento às queimadas em Rondônia. Eles estão utilizando duas aeronaves C-130 Hércules equipadas com cinco tanques de água, que comportam até 12 mil litros, e dois tubos que se projetam pela porta traseira do avião.
O presidente Jair Bolsonaro confirmou que vai receber, nesta terça-feira, os Governadores do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal. A reunião foi solicitada por eles por meio de um ofício com pedido de urgência. Na pauta, além da GLOA, estão a discussão de uma cooperação com o governo federal para o combate aos focos de incêndio e um pedido de agenda permanente de proteção e conservação da floresta.
Possíveis incêndios criminosos também estão sendo investigados. O Ministério Público Federal no Pará abriu inquérito para apurar o que foi chamado de Dia do Fogo. Fazendeiros teriam se organizado para, em um só dia, concentrar um grande número de queimadas em forma de protesto contra o que classificam de “entraves” à produção agrícola. A notícia foi divulgada pelo jornal paraense Novo Progresso. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, também determinou que a Polícia Federal investigue a denúncia.
Diretores de sindicatos que representam os produtores rurais dos municípios de Altamira e de Novo Progresso, no sudoeste paraense, afirmam não ter conhecimento da suposta participação de fazendeiros da região no planejamento de atear fogo em áreas de vegetação, e que não há interesse dos produtores em destruir a floresta.