Pesquisa revela que 25% das mulheres que estão presas em Manaus são portadoras do HPV
Saúde Pública
Publicado em 20/08/2019 - 09:26 Por Bianca Paiva - Brasília
A pesquisa foi feita com todas as mulheres privadas de liberdade na capital amazonense, um total de268, dos regimes aberto, semiaberto, fechado e provisório.
Já saiu o resultado de 216 exames. Destes, 55 deram positivo, ou seja, 25% das detentas são portadoras do HPV, o Papilomavírus Humano, o principal causador do câncer de colo de útero.
O levantamento faz parte do projeto de doutorado da médica Hilka Espírito Santo. A pesquisadora avalia que o número é alto e preocupa porque trata-se de mulheres em faixa considerada de risco.
A pesquisadora utilizou o método de “autocoleta’, já disseminado em vários países, e que permite que a própria mulher colha o material a ser examinado introduzindo um aparelho no canal vaginal. O objetivo do trabalho é mostrar que essa técnica pode facilitar o diagnóstico de câncer de colo de útero em mulheres privadas de liberdade.
A pesquisa deve ser concluída até final de setembro. As detentas com diagnóstico de HPV de alto risco ainda vão passar por outros exames para identificação de possíveis lesões no colo do útero e tratamento, se for o caso. Os resultados da tese de doutorado serão encaminhados ao governo federal.
Entre os apoiadores da pesquisa estão a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas, da qual a médica Hilka Espírito Santo é chefe do setor de mastologia, a Universidade Federal do Amazonas, o judiciário amazonense e a Seap, Secretaria de Estado de Administração Penitenciária.
Procuramos a pasta para saber se haverá alguma medida específica para as mulheres privadas de liberdade, a partir dos resultados do estudo, mas até o fechamento desta matéria, não obtivemos retorno.