A expectativa de vida do brasileiro ao nascer subiu para 76 anos e três meses, segundo a tábua anual de mortalidade divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE, com base em dados de 2018.
O número representa um aumento em relação a 2017, quando o índice era de 76 anos. Nesse intervalo, a expectativa de vida dos homens passou de 72 anos e meio para 72,8 anos, enquanto a das mulheres foi de 79,6 para 79,9.
Esse aumento se deve a uma série de fatores, de acordo com o demógrafo do IBGE Luciano Gonçalves. Entre eles, o desenvolvimento da medicina, a melhoria das condições de saneamento e a redução de fatores de risco para doenças.
“Essas doenças resultantes do consumo excessivo de álcool, tabagismo, uma vida sem atividade física, alimentação precária. Todas essas coisas atuam para jogar contra o aumento da longevidade. Todos esses fatores condenáveis a partir da década de 50 foram responsáveis pela queda na mortalidade. Quando a mortalidade cai, a longevidade aumenta”.
A Tábua Completa de Mortalidade 2018 foi publicada pelo IBGE no Diário Oficial da União. As informações são utilizadas como parâmetro para determinar o fator previdenciário e, por consequência, o cálculo das novas aposentadorias concedidas pelo INSS, Instituto Nacional do Seguro Social.
As mulheres mantiveram o padrão de expectativa de vida maior do que a dos homens. Em 2018, a diferença foi de aproximadamente 7 anos, o mesmo registrado no ano anterior. O autocuidado, mais comum entre as mulheres, explica essa diferença, como destaca Luciano Gonçalves.
“Se algum tipo de doença mais grave assola uma mulher, ela tem muito mais chances de se curar, porque geralmente ela descobre no início. O homem, não, é diferente. Ele esperava acontecer alguma coisa para ir ao médico. Aquela coisa da reação versus a prevenção. Isso ocasionou a grande diferença”.
Segundo a publicação, o estado brasileiro com a maior expectativa de vida continua sendo Santa Catarina. Por outro lado, a menor projeção foi no Maranhão. Já a expectativa de sobrevida aos 65 anos é maior no Espírito Santo. Na outra ponta, os estados com a pior expectativa de vida aos 65 anos são Rondônia e Piauí.
Além do aumento na expectativa de vida, houve queda na mortalidade infantil entre 2017 e 2018. O índice, segundo o IBGE, é o mais baixo, ou seja, o melhor, desde 1940.
A tabela, que apresenta as expectativas de vida até os 80 anos confirma que a esperança de vida ao nascer vem aumentando no Brasil. Em 1940, o tempo de vida médio do brasileiro era de apenas 45 anos e meio. Em 1980, o cálculo subiu para 62 anos e meio e no ano 2000, para 69,8 anos.