Publicado em 22/11/2019 - 15:38 Por Sayonara Moreno - Brasília
Uma investigação que apura suposto recebimento indevido de valores por um ex-diretor da Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica, levou agentes da Polícia Federal às ruas de Brasília nesta sexta-feira. Foram dois mandados de busca e apreensão cumpridos durante a Operação Elétron para coletar elementos que auxiliem nas investigações.
A suspeita começou depois que a CGU, Controladoria Geral da União, emitiu uma nota técnica apontando indícios de irregularidades em decisões tomadas por membros da diretoria da Aneel entre 2010 e 2013. Os nomes dos investigados não foram divulgados.
Segundo o parecer da CGU, as decisões tomadas pelos suspeitos contrariavam os pareceres técnicos da própria agência reguladora de energia, o que acabava beneficiando empresas do ramo, causando prejuízo aos cofres públicos que ultrapassam R$ 12 milhões.
Outro ponto que chama atenção da Polícia Federal e da CGU é que um ex-diretor foi nomeado diretor de 13 empresas na área de energia sete meses depois que deixou a Aneel. Além disso, foi apurado que ele criou uma empresa de consultoria na área e depois passou a receber, na conta pessoal e na da companhia, diversas transferências bancárias e depósitos de outras empresas de energia elétrica. Com isso, ele pode ter atuado em algumas decisões, de forma a beneficiar essas empresas.
Essas mesmas contas, do ex-diretor e do empreendimento dele, tiveram aumento em até quatro vezes mais, no recebimento de depósitos, entre 2011 e 2013. A questão é que esses valores não eram declarados no ajuste anual do período, o que levou a CGU a entender que as transferências são uma forma de pagamento pelos benefícios obtidos pelas empresas durante a atuação do investigado como diretor da Aneel.