Casas de bairros que estão afundando em Maceió são saqueadas; indenização é prevista em acordo
Após dois anos de luta na Justiça, os moradores dos bairros em Maceió, Alagoas, que estão afundando devido às atividades de mineração da Braskem, conseguiram uma vitória.
Um acordo bilionário foi assinado, neste início de ano, entre a mineradora, as Defensorias Públicas do Estado e da União, e os Ministérios Públicos Federal e Estadual. O acordo prevê que R$ 3,7 bilhões sejam investidos para reparar os danos, sendo quase R$ 2 bilhões para compensar os moradores dos bairros Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto.
Cerca de 17 mil proprietários e inquilinos desses locais deverão sair da região. Eles vão receber auxílio aluguel e dinheiro para comprar o imóvel, se for o caso. E indenização por danos materiais e morais, além de auxílio para mudança, assistência social, e psicológica. Alguns já saíram das residências onde moravam. Esse foi o caso da professora Lorena Martins.
“Eles nunca dizem que tem risco de cair, mas quem tirou a gente do prédio foi a Defesa Civil. A gente recebe o auxílio moradia, o proprietário do apartamento, que é de R$ 1 mil. Mas não é só o dano patrimonial. Minha avó tem 84 anos e está depressiva porque teve que sair da casa dela”.
Ela conta que, além do transtorno de sair de casa, os bens que estavam lá foram roubados.
“Na minha casa ficou box, janela, tinha churrasqueira. Estão arrombando e levando tudo. Da minha casa levaram todas as portas, churrasqueira”.
O secretário de Segurança Pública de Alagoas, coronel Lima Júnior, esclarece que desde o início das desocupações das casas a polícia está patrulhando os locais.
“Hoje nós temos um reforço de policiamento ostensivo, emprego de tropas especializadas como a Rádio Patrulha, inclusive a nossa aeronave faz sobrevoo na região para minimizar esse tipo de ocorrência”.
De acordo com o relatório do Serviço Geológico do Brasil, os problemas nos bairros que estão afundando em Alagoas têm relação direta com a extração de sal-gema realizada pela empresa petroquímica Braskem. A companhia informou que estuda fechar todos os poços que extraem o mineral na região.





