Paraisópolis forma brigadistas para ajudar no socorro a vítimas de coronavírus na favela
A favela de Paraisópolis, a segunda maior de São Paulo, passa a contar com 240 brigadistas para ajudar a socorrer casos de emergência dentro da comunidade.
São moradores que fizeram o curso de socorrista organizado pela associação comunitária. O tenente do corpo de bombeiros, Roberto Caetano, coordenou a capacitação.
Para dar cobertura aos quase 45 mil moradores, os socorristas se dividem em 60 bases de emergência espalhadas pela favela. Garagens e casas que guardam as pranchas longas, usadas para o transporte de pacientes, kits de primeiros socorros e equipamentos de proteção individual.
Fiama do Nascimento resolveu ser socorrista porque sabe que, na região, a ajuda pode demorar a chegar. Ela explica o que vai fazer na hora da urgência.
A formação dos brigadistas vem reforçar uma série de iniciativas da comunidade para combater a pandemia. Paraisópolis está pagando pelos serviços de três ambulâncias particulares, vai contratar 12 bombeiros civis para ajudar os socorristas, e transformou duas escolas da região em casas de isolamento, para afastar pessoas com sintomas de gripe de perto das famílias, que costumam viver em casas de dois ou três cômodos.
O líder comunitário Gilson Rodrigues explica que a favela precisou se organizar para dar conta das demandas que as políticas públicas não costumam alcançar.
O número de casos de Covid-19 confirmados em Paraisópolis mais que dobrou em uma semana. Eram 38 na semana passada. Chegou a 80 nesta semana. O balanço leva em conta apenas o atendimento feito pelas ambulâncias.
Os custos das iniciativas estão sendo pagos por empresários locais, moradores e por financiamento coletivo. Quem quiser colaborar pode entrar no site esolidar.com, escrever Paraisópolis no campo de busca e escolher um entre três projetos que estão sendo tocados pela comunidade para o combate ao coronavírus, incluindo a apoio aos brigadistas.