Defensoria Pública diz que reconstituição da morte do menino João Pedro é ''prematura''

Defensoria Pública

Publicado em 05/06/2020 - 08:39 Por Fabiana Sampaio - Rio de Janeiro

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro, que assiste a família do adolescente João Pedro Mattos, considerou  como  “prematura” a reconstituição do caso, marcada para a próxima terça-feira (9).

 

Segundo a defensoria, até o momento os policiais civis envolvidos no caso não foram sequer ouvidos pelo Ministério Público, que também conduz investigação sobre o assassinato.

 

João Pedro, que tinha 14 anos, foi morto com um tiro de fuzil nas costas, dentro da casa de parentes, em 18 de maio, no morro do Salgueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, durante uma operação da Polícia Federal com o apoio da Polícia Civil. Os agentes sustentam que trocaram tiros com criminosos que teriam tentado se esconder no imóvel.

 

A defensora pública Lívia Cásseres também destacou em entrevista coletiva, nessa quinta-feira (4), que não foram entregues todos os laudos periciais, como o de confronto balístico e as perícias nas armas usadas pelos policiais.

 

Os defensores acompanharam os depoimentos nesta semana por videoconferência, dos pais e da tia de João Pedro e de cinco adolescentes que estavam na casa no momento em que o adolescente foi baleado. Eles foram ouvidos pelo Ministério Público do Estado e o Ministério Público Federal. 

 

Segundo o defensor Daniel Lozoya, os  jovens foram unânimes em afirmar que não havia outras pessoas na casa, além deles, no momento em que João Pedro foi atingido,  o que contraria o que disseram os policiais civis, na delegacia, sobre a suposta presença de criminosos escondidos no imóvel. 

 

A defensoria também identificou outros problemas e contradições na condução do caso pela delegacia de homicídios de São Gonçalo. Uma das adolescentes que estava na casa quando os policiais civis entraram, que tem menos de 18 anos, prestou depoimento sem um representante legal. 

 

Além disso,  granadas que foram recolhidas no local do crime foram entregues na delegacia por um dos policiais envolvidos na operação.Também causou estranheza aos defensores que só tenham sido encontrados três estojos de munição 9mm e uma pistola de mesmo calibre, mas nenhum estojo de fuzil, armas usadas pelos policiais civis.

 

Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Civil informou que os resultados das perícias de local e confronto balístico devem ficar prontos até o final dessa semana. E que a Delegacia de Homicídios convidou o Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública, que está assistindo a família, para acompanhar a reconstituição, que será realizada na próxima terça-feira (9).

 

A Polícia Civil informou ainda que os agentes civis que participaram da operação prestaram depoimento e entregaram as suas armas. E que também foram ouvidos os pilotos da aeronave que socorreu o João Pedro, o bombeiro socorrista e duas testemunhas. E que uma adolescente de 15 anos foi ouvida na presença de um responsável legal.

 

Além disso, a polícia instaurou uma sindicância administrativa disciplinar para apurar a conduta dos agentes envolvidos e afastou três que participaram da ação.

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