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Pesquisa aponta medo de agentes prisionais diante da pandemia

FGV
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Maíra Heinen
02/06/2020 - 12:30
Brasília

Medo, aumento de tensão, falta de equipamentos para trabalhar e ausência de orientação para atuar durante a crise. Essas foram algumas respostas dadas por agentes prisionais a uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas, sobre a percepção da categoria diante da pandemia do novo coronavírus.

 

O questionário foi feito de forma virtual com 301 agentes prisionais de todas as regiões do país. E o sentimento comum, em mais de 80% dos entrevistados, é o medo: de adoecer, de contaminar a família, e da tensão que aumenta nos presídios com a falta de visitas e o isolamento maior dos apenados.

 

A professora e pesquisadora da FGV, Gabriela Lotta, coordena o Núcleo de Estudos da Burocracia, que realizou a pesquisa. Ela aponta que o sentimento predominante tem duas dimensões: o medo da doença em si e ainda o medo de que a tensão se agrave num local onde o estresse é sempre presente.

 

"Os dados estão mostrando que esses profissionais estão numa situação de estresse e de risco e sentindo, em geral, pouco suporte governamental para enfrentar esse momento".

 

Mais da metade dos entrevistados disseram não sentir apoio dos governos estaduais, mas o dado varia entre as regiões. No Sudeste, por exemplo, a sensação de apoio foi relatada por apenas 11,26% dos entrevistados, enquanto no Sul o dado chega a 46,15%. Oito em cada dez agentes prisionais entrevistados não se sentem preparados para lidar com a crise da Covid-19 ou não souberam responder.

 

Apenas um terço dos agentes apontam ter recebido Equipamentos de Proteção Individual. Há, também neste quesito, grande variação entre as regiões. O Sul se destaca positivamente, onde 53,84% dos profissionais receberam os equipamentos. Já na região Norte, o indicador é de apenas 26,66%.

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