Relatório do Ministério da Agricultura mostra contaminação em cervejas da Backer fabricadas em 2019
Ministério da Agricultura
Publicado em 06/08/2020 - 09:07 Por Gésio Passos - Brasília
O Ministério da Agricultura divulgou um relatório final, em que afirma que a contaminação por dietileno e monoetileno-glicol, das cervejas da empresa Backer, não foi um fato isolado.
Segundo a fiscalização, as contaminações foram verificadas nos lotes das cervejas produzidas a partir de janeiro de 2019. O coordenador-geral de Vinhos e Bebidas do Ministério da Agricultura, Carlos Muller, afirma que essa situação não descarta contaminação de bebidas fabricadas anteriormente pela empresa.
Os fatos são inéditos, não tendo registros de contaminação por essas substâncias em alimentos e em outras cervejas nacionais e importadas.
A apuração apontou que a Backer adotou práticas irresponsáveis ao utilizar o mono-etileno como líquido refrigerante de forma deliberada, em detrimento de outras alternativas não tóxicas.
O relatório informa que a contaminação não foi apenas das cervejas que passaram por um tanque específico da empresa, ocorrendo também em cervejas elaboradas em outros tanques da cervejaria.
Foi apontado ainda que a Backer possui falhas e lacunas em seus sistemas de controle e gestão internos, com informações incompletas nos relatórios de produção. A cervejaria segue interditada pelo Ministério da Agricultura, até que seja possível afirmar que não há riscos para a produção de bebidas no local.
Em janeiro deste ano, o Ministério fechou de forma cautelar a cervejaria, e com outros órgãos, tomo medidas para interrompera a comercialização dos produtos contaminados. Foram apreendidos cerca de 80 mil litros de cervejas.
Nessa terça-feira (4), o Ministério Público e a Polícia Civil de Minas Gerais cumpriram um mandado de busca e apreensão na sede da Backer, com objetivo de apreender novos documentos.
Em junho, a Polícia Civil havia indiciado 11 funcionários da Backer por homicídio, intoxicação e lesão corporal. Segunda a Polícia, foram identificadas 29 vítimas, e outros 30 casos estão em análise. 10 pessoas morreram pela intoxicação.
A reportagem não conseguiu contato com a Backer para comentar o relatório.