Atingidos de Brumadinho pedem manutenção de auxílio emergencial
Manifestantes pedem também a consolidação do Programa Direito a Renda
Publicado em 22/10/2020 - 16:24 Por Bianca Paiva - Brasília
Os atingidos pela tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, lutam para que a mineradora Vale não reduza os valores dos auxílios emergenciais. Desde a manhã desta quinta-feira (22), cerca de 150 pessoas ocupam a sede administrativa da empresa no município. O grupo faz parte de comunidades que foram afetadas pelo rompimento da barragem da mina do córrego do Feijão, em janeiro do ano passado.
Eles reclamam que não foram convidados a participar das audiências públicas marcadas para esta quinta (22) e sexta (23), no Tribunal de justiça mineiro, e que poderão decidir o futuro do pagamento do auxílio e de outras questões como indenização ao estado.
O protesto é organizado pelo MAB, Movimento dos Atingidos por Barragens. Um dos representantes da entidade, José Geraldo, destaca as principais reivindicações.
Os manifestantes exigem ainda a consolidação do Programa Direito a Renda, proposto pelo MAB, que poderá garantir aos atingidos pagamentos, durante cinco anos, para dar estabilidade financeira e ajudar a economia local.
Em nota, a Vale declarou que respeita a livre manifestação, desde que observado o direito de ir e vir e a propriedade. Também informou que realiza encontros regulares com representantes legítimos dos atingidos.
Sobre o pagamento emergencial, a empresa esclarece que o repasse de até um salário mínimo é concedido a mais de 106 mil pessoas. O pagamento foi prorrogado até este mês de outubro, conforme acordo firmado com órgãos judiciais. A mineradora apresentou uma proposta sobre a segunda renovação, que está sendo analisada pela justiça.
A tragédia em Brumadinho deixou 270 mortos e 11 desaparecidos.
Edição: Fabiana Pelles