Após assassinato de juíza, Fux defende ações contra feminicídio
Viviane Arronenzi foi morta a facadas, pelo ex, na frente das filhas
Publicado em 25/12/2020 - 21:13 Por Tatiana Alves - Rio de Janeiro
O corpo da juíza de 45 anos morta pelo ex-marido na frente das filhas na véspera de Natal será cremado neste sábado, em cerimônia no Crematório e Cemitério da Penitência, no bairro do Caju, zona portuária do Rio de Janeiro.
O Supremo Tribunal Federal se manifestou por nota sobre o feminicídio da juíza de Direito.
No texto, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, disse que a tragédia contra a mulher – as agressões na presença das filhas, a impossibilidade de reação e o ataque covarde – entrou nas casas em pleno Natal.
Fux expressa comprometimento com o desenvolvimento de ações que identifiquem a melhor forma de prevenir e de erradicar a violência doméstica contra mulheres no Brasil.
Ele encerra o documento declarando que a morte da juíza Viviane Vieira Arronenzi demonstra que é urgente o debate do tema e a adoção de ações conjuntas e articuladas para o êxito na mudança desse doloroso enredo pelas mulheres e meninas do Brasil.
O crime ocorreu na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, na frente das três filhas do casal.
O assassinato causou comoção entre parentes e amigos da vítima, como o professor de música Daniel Sant'anna, que conhecia Viviane há mais de 15 anos.
Foram encontradas três facas no carro do criminoso, o que reforça a hipótese de premeditação do crime. Porém, segundo a polícia, a faca usada no assassinato não foi encontrada.
Em setembro, Viviane havia feito um registro de lesão corporal e ameaça contra o ex-marido, que foi enquadrado na Lei Maria da Penha. Ela chegou a ter escolta policial concedida pelo TJ-RJ, mas pediu para retirá-la posteriormente atendendo o desejo de uma das filhas.