Operação Talha investiga esquema de corrupção no Into, no RJ
Uma operação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal cumpriu nove mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (9) para investigar um esquema de corrupção no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad, o Into, no Rio de Janeiro.
Entre os alvos estão endereços ligados ao ex-deputado federal Francisco Floriano, do Democratas. Os mandados foram cumpridos no Rio de Janeiro e Brasília.
A Operação chamada de Talha é um desdobramento das Operações Fatura Exposta e Ressonância, realizadas em 2017 e 2018, que também apuraram irregularidades em contratos da área da saúde no Rio de Janeiro. Os agentes apreenderam R$168 mil em um dos locais durante o cumprimento dos mandados.
Segundo o Ministério Público Federal, o esquema teria funcionado entre 2016 e 2018 e os atos de lavagem de dinheiro persistem até agora.
As investigações sustentam que o ex-deputado teria se aproveitado de sua posição para comandar o hospital público. Floriano teria influência direta na nomeação de diretores, questões administrativas do hospital e até mesmo na marcação de exames e cirurgias de pessoas de seu interesse. O ex-parlamentar teria ainda solicitado e recebido propina dos empresários que tinham interesse em obter facilidades e proteção nos contratos com o Into.
O Ministério Público Federal afirma que há provas que sustentam as acusações, como o recebimento de transferências bancárias suspeitas, de depósitos em espécie e pagamento de boletos de despesas com pessoas por meio de terceiros. As investigações iniciaram no Supremo Tribunal Federal, mas com o término do mandato do ex-parlamentar, o processo foi encaminhado à 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro.
A Justiça determinou também o bloqueio de até R$ 1,772 milhão dos acusados, a partir do cálculo dos valores que os acusados teriam recebido como propina, além de um montante destinado à reparação de danos morais coletivos. Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de capitais e corrupção passiva.
Até o fechamento desta reportagem, o ex-deputado não foi localizado para comentar as acusações.





