Para evitar colapso na saúde, SP restringe funcionamento de serviços
Com o avanço da pandemia de coronavírus e o risco de colapso no sistema de saúde, São Paulo retrocede e todo o estado volta para a fase vermelha a partir da semana que vem, entre 20h e 6h e nos finais de semana de 30 e 31 de janeiro e 6 e 7 de fevereiro. Nesses períodos, apenas serviços essenciais como farmácias e supermercados podem funcionar.
Em sete regiões, que estão com índices maiores de ocupação de leitos, a fase vermelha vai durar o dia inteiro. São as regiões de Presidente Prudente, Marília, Bauru, Sorocaba, Barretos, Franca e Taubaté. Juntas, elas reúnem 22% da população do estado.
As outras regiões, incluindo a Grande São Paulo, ficam na fase laranja e até às 20h todos os serviços podem funcionar, exceto os bares. Parques voltam a fechar nos finais de semana e o funcionamento ao longo da semana ainda vai ser definido.
Mas as regras mais rígidas não atingem as escolas. As aulas presenciais podem ser retomadas em todo o estado a partir do dia primeiro de fevereiro.
Apesar disso, a secretaria de educação decidiu postergar em uma semana a volta às atividades presenciais nas escolas públicas estaduais. Nelas, as aulas presenciais vão ser retomadas no dia 8 de fevereiro.
Já as escolas particulares podem retomar as atividades a partir do dia primeiro, desde que respeitando o limite máximo de 35% da capacidade de cada sala de aula.
A prefeitura de São Paulo já tinha anunciado que o retorno das atividades presenciais nas escolas públicas do município estava previsto para o dia 15 de fevereiro.
Mas a orientação para os estudantes muda e a frequência nas atividades presenciais deixa de ser obrigatória, apesar de elas continuarem sendo oferecidas.
O coordenador executivo do Centro de Contingência para o Coronavírus, João Gabbardo, explicou que a justificativa para o recuo é o risco de colapso do sistema de saúde.
Pelos cálculos apresentados pelo governo do estado, se mantido o ritmo atual de crescimento de casos e de óbitos, o sistema de saúde pode colapsar em cerca de 4 semanas.
São Paulo vem registrando em média 10 mil novos casos de coronavírus. Um crescimento de 70% no último mês. Número muito próximo ao registrado na primeira semana de agosto, quando o estado viveu o pico da pandemia. O número de óbitos praticamente dobrou desde a primeira semana de novembro, cresceu 96%, chegando a 1.664 óbitos nessa semana.
Mais de 71% dos leitos de terapia intensiva no estado estão ocupados. Para tentar desafogar o sistema o governo voltou a reativar 756 leitos de UTI para Covid-19 e vai reabrir o hospital de campanha de Heliópolis.
Ao anunciar as medidas o governador de São Paulo, João Dória, criticou o governador do Amazonas e o prefeito de Manaus por terem cedido a pressões de comerciantes e flexibilizado o lockdown que havia sido determinado no final do ano passado.
Perguntado se o governo de São Paulo também não deveria fazer uma autocrítica por ter postergado medidas mais duras a partir de novembro, quando os casos voltaram a subir, Dória negou que tenha cedido a pressão e disse que não é possível prever tudo.
Em novembro, mesmo com o crescimento do número de casos e de óbitos, o governo de São Paulo esperou passar o segundo turno das eleições municipais para anunciar medidas mais restritivas. O candidato de Doria, Bruno Covas, foi reeleito prefeito da capital paulista.