Nos cinco dias do Carnaval cancelado no Rio de Janeiro, 30 bares e restaurantes foram interditados por não respeitarem medidas de distanciamento ou promoverem eventos. Mais de 60 estabelecimentos foram multados pelos mesmos motivos. Segundo a Prefeitura, houve mais de quatro mil ações de fiscalização e checagem de ocorrências de infração às regras contra a pandemia de covid-19.
As equipes foram deslocadas ao menos 600 vezes para atender denúncias de aglomerações recebidas pela central de telefone 1746, sendo 90 referentes a estabelecimentos comerciais.
Nessa terça-feira (16), três estabelecimentos foram interditados no Vidigal, na Zona Sul, após eventos que reuniram grande quantidade de pessoas, e outros dois no Anil, na Zona Oeste. Em um desses locais havia sido convocado inclusive um baile infantil de Carnaval, que não chegou a ser realizado.
No domingo, a polícia precisou de várias viaturas para dispersar uma multidão que se reuniu nas ruas do Leblon, na Zona Sul. Pelas redes sociais, também foram mostradas cenas de muita aglomeração na Lapa, na região central, no sábado.
Outro foco de atuação foi a região costeira carioca. A guarda marítima impediu a saída de mais 60 embarcações de médio e grande portes, que realizariam passeios com festas no mar, saindo da Marina da Glória. Os organizadores também foram notificados por aglomeração e tiveram os eventos cancelados, incluindo uma festa de 15 anos.
Todas as situações de desrespeito às regras de distanciamento aconteceram no período em que o Rio registrou o maior número de casos de covid-19 em único dia, desde o início da pandemia. Foram 8.385 novos registros na última terça-feira e mais 118 óbitos.
Segundo a Secretaria de Saúde, apesar de inseridos no sistema no mesmo momento, as notificações não são todas da mesma data. A Prefeitura do Rio também explicou que os registros estavam represados por conta de uma falha na exportação de dados do sistema do Ministério da Saúde desde o último sábado. A taxa de ocupação hospitalar nos leitos de enfermaria do estado está em 43%, e 59% nas vagas de UTI.