Polícia investiga empresa acusada de oferecer vacinas a prefeituras

Publicado em 22/04/2021 - 13:27 Por Raquel Júnia - Repórter da Rádio Nacional - Rio de Janeiro

Uma operação realizada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga uma empresa de Pernambuco por aplicar golpes na oferta de vacinas a prefeituras de todo o país. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão na sede da empresa, no Recife, e endereços de seus representantes.

As investigações apontaram que os acordos para a suposta venda de imunizante avançaram, pelo menos, em Porto Velho (capital de Rondônia), Duque de Caxias e Barra do Piraí (na Baixada Fluminense). A ultima, no entanto, desconfiou da oferta e alertou a polícia do Rio, que iniciou a apuração do caso.

As supostas vacinas oferecidas eram as da Oxford/AstraZeneca, através de parceria com outra empresa, sediada nos Estados Unidos. A ação desta quinta-feira foi feita de forma conjunta com as Polícias Civil de Pernambuco e Rodoviária Federal. 

As investigações capitaneadas pela Delegacia de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Rio mostraram que as vacinas eram oferecidas por U$$ 7,90 (cerca de R$ 40) a dose. De acordo com o contrato apresentado por essa empresa de Recife, as cidades deveriam realizar o pagamento antecipado por meio de remessa internacional ou carta de crédito no momento da suposta postagem das doses em Londres.

No entanto, a Polícia Civil acionou o laboratório britânico AstraZeneca, que enviou uma nota afirmando que todas as doses em produção estão destinadas a consórcios internacionais como o Covax Facility e contratos com países e que não há doses remanescentes para serem comercializadas.

Os investigadores também obtiveram autorização da Justiça do Rio para gravar uma reunião em que os sócios da empresa ofereciam as doses para a prefeitura de Barra do Piraí, utilizando como exemplo o município de Porto Velho, onde as negociações já haviam avançado. Os agentes informaram que Porto Velho já teria pago por pelo menos por parte das doses acordadas, mas não havia recebido os imunizantes.

Os envolvidos no esquema poderão responder pelos crimes de organização criminosa e estelionato contra a administração pública.

Em nota, a Prefeitura de Duque de Caxias, uma das que teriam iniciado as negociações, informou que tenta comprar vacinas em caráter de urgência para atender a toda a população do município e que, de fato, abriu conversas com a referida empresa. Porém, percebendo que não havia garantias, abortou a operação antes que qualquer quantia fosse repassada. As prefeituras de Porto Velho e de Barra Mansa também foram contactadas mas não responderam até o fechamento desta reportagem.

Edição: Vitória Elizabeth/Edgard Matsuki

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