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Velho Chico: rio percorre a cultura, a história e a economia do país

Esta quinta é a data escolhida para mobilizações em defesa do rio
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Daniella Longuinho - Repórter da Rádio Nacional
03/06/2021 - 08:01
Brasília
Sobrevoo sobre o canal do rio São Francisco no estado do Ceará.
© Isac Nobrega
Hoje é Dia Nacional de mobilização em defesa do Rio São Francisco. Há 7 anos, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, formado por representantes da sociedade civil e do governo marcou essa data para lembrar sobre as ações de revitalização do Velho Chico.

O Rio São Francisco tem 168 afluentes e é o maior rio inteiramente brasileiro. Ele percorre 2.863 km passando por seis estados: Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, além do Distrito Federal. 18 milhões de brasileiros dependem de suas águas.

E para chamar atenção para os problemas enfrentados pelo rio e sua bacia, a campanha 'Eu viro carranca pra defender o Velho Chico', chega ao 7º ano. As carrancas, que são esculturas com figuras assombrosas, eram usadas nas embarcações para espantar as ‘feras’ do rio e os perigos da travessia.  

O escritor e professor de Literatura da Universidade Federal da Bahia Aurélio de Lacerda fala que o Velho Chico não é só o rio da integração nacional, mas é uma personagem.

Imaginem as histórias e lendas contadas pelos 70 mil índios, de 32 povos, que habitam a Bacia do Velho Chico? E pelos quilombolas, ribeirinhos, barranqueiros e pescadores.

Além de toda essa diversidade cultural, o Rio São Francisco é um grande impulsionador da economia dos municípios situados ao longo de seu percurso. É o que afirma a pesquisadora da Embrapa Maria Auxiliadora Lima. O transporte de cargas, produção de energia elétrica, piscicultura e turismo estão entre os potenciais do rio, segundo ela. 

Mas, para a especialista, a atividade agrícola é o carro-chefe do Velho Chico, com destaque para a agricultura irrigada: são mais de 150 mil hectares irrigados pelo rio.  

O desenvolvimento implementado na região precisa vir acompanhado de práticas sustentáveis, destaca Cícero Félix, coordenador da Asa Brasil, Articulação no Semiárido Brasileiro. Para ele, a destruição dos biomas do cerrado e caatinga, para implantação da mineração e grandes áreas de cultivo para exportação, bem como a poluição, são as grandes responsáveis pela degradação na bacia do São Francisco. O especialista explica que a conservação das nascentes e orçamento para saneamento ambiental para a bacia são necessários para a preservação do rio.

Este ano, a Campanha em defesa do Rio São Francisco ganhou prêmio da Agência Nacional das Águas na categoria entes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Para fazer parte da mobilização e conhecer mais sobre a ação, acesse www.virecarranca.com.br 

Com produção de Michelle Moreira

 

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