MPF processa empresas de cimento e concreto por prática de cartel
Publicado em 27/10/2021 - 10:26 Por Anne Zanetti - Repórter da TV Brasil - São Paulo
O Ministério Público Federal cobra na Justiça o pagamento de mais de R$ 36 bilhões para seis principais empresas brasileiras de cimento e concreto pela prática de cartel. Ao longo de 20 anos, elas combinaram preços, criaram barreiras para os concorrentes e dividiram mercado entre si. Com isso, garantiram sobrepreço de cerca de 20% no valor do cimento e do concreto vendidos no mercado brasileiro entre 1987 e 2007.
A estimativa é de que elas garantiram lucros na casa de R$ 29 bilhões. O valor da indenização por dano moral coletivo é cobrado dos grupos Votorantim Cimentos, Itabira Agro Industrial, Cimpor Cimentos do Brasil, InterCement Brasil, Holcim do Brasil e Companhia de Cimento Itambé.
Também foram acionados seis gestores das empresas e três associações: Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem (ABESC) e o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC). Eles participavam do esquema intermediando e facilitando a formação do cartel. Todos eles já foram condenados pela prática de cartel em 2014, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Em nota, a Votorantim Cimentos disse que já conseguiu na Justiça uma liminar para suspender os efeitos da condenação por cartel pelo Cade e que espera que a decisão ainda seja revertida. A Cimpor Cimentos não existe mais e foi incorporada pela InterCement. A nossa produção entrou em contato com a InterCement e os demais acusados e não obteve resposta.
Edição: Nathália Mendes