Após operação policial no Alemão (RJ), ao menos quatro pessoas morrem
Moradores do Complexo de Favelas do Alemão, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, acordaram nesta quinta-feira (21) com um intenso tiroteio entre traficantes e agentes das polícias civil e militar. Os confrontos se estenderam por toda a manhã e muitos sequer conseguiram sair de suas casas para trabalhar.
Nas ruas, criminosos colocaram fogo em barricadas e espalharam óleo para dificultar o deslocamento das viaturas da polícia. Mototaxistas do Complexo do Alemão se reuniram na principal entrada para as comunidades e acionaram as buzinas das motos em protesto à operação.
A ação desencadeada para prender criminosos que vêm atuando em roubos de cargas, de veículos e também de agências bancárias em todo o estado, já deixou quatro mortos: o cabo da PM Bruno de Paula Costa, de 38 anos, que estava na base da UPP da comunidade da Fazendinha, atacada por criminosos; a moradora Letícia Marinho, de 50 anos, e dois suspeitos. Um outro PM foi baleado.
Letícia Marinho estava em um carro, parado no sinal de trânsito, da principal rua de acesso às comunidades, quando foi baleada no peito. Jaime Eduardo da Silva, que também estava no carro, foi atingido de raspão no pescoço.
Ele contou que não tinha confronto e que a mulher já chegou morta à Unidade de Pronto Atendimento do Alemão.
O porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, disse que as circunstâncias da morte de Letícia estão sendo investigadas pela Delegacia de Homicídios e que a PM vai contribuir em tudo que for necessário para esclarecer a situação.
Cerca de 400 policiais das duas corporações participam da ação, apoiados por quatro helicópteros e dez veículos blindados.
Segundo Blaz, esta ação é emergencial, baseada em dados de inteligência. Além disso, visa impedir o avanço desses criminosos em diferentes pontos do estado.
Por causa da operação, as unidades de saúde instaladas nas comunidades não abriram para atendimento ao público.