PCRJ investiga se belga foi dopado antes de ser morto por cônsul
Publicado em 10/08/2022 - 09:55 Por Cristiane Ribeiro - Repórter da Rádio Nacional - Rio de Janeiro
A Polícia Civil do Rio de Janeiro enviou para o laboratório de análises da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o sangue do belga Walter Henri Maximilen Biot, de 52 anos, coletado no imóvel onde ele foi morto na última sexta-feira, 5 de agosto. A finalidade é identificar se o belga foi dopado antes de morrer.
O principal suspeito do crime é o cônsul da Alemanha no Rio, Uwe Herbert Hann, de 60 anos, casado com a vítima, e foi preso em flagrante.
O irmão do belga Walter Biot e a síndica do prédio onde ele e o cônsul alemão viviam confirmaram à polícia, nesta terça-feira, a rotina de brigas do casal.
O cônsul da Bélgica e uma tradutora estiveram na delegacia policial do Leblon para acompanhar o depoimento do irmão da vítima, que mora no exterior e deu depoimento por videoconferência.
Ele disse que o irmão vivia um relacionamento abusivo com o cônsul. A síndica também confirmou que os vizinhos ouviam brigas do casal constantemente.
No apartamento dos dois, em Ipanema, a polícia e a perícia técnica encontraram manchas de sangue em vários cômodos. Algumas manchas no chão e no sofá foram lavadas pela secretária do cônsul.
De acordo com o depoimento prestado à polícia, a brasileira de 50 anos, afirmou que Hann mandou uma mensagem de texto para ela na madrugada de sábado, dizendo que Walter havia sofrido um infarto e que estava morto. A secretária contou que, de manhã, foi ao apartamento em que o chefe mora, e disse que limpou o chão porque o cachorro da casa estava lambendo as manchas.
A prisão preventiva do cônsul foi decretada no domingo. Ele está detido na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte da cidade. Na manhã desta terça-feira, ele passou mal e foi levado para o Hospital Penitenciário Hamilton Agostinho, no Complexo de Gericinó, na zona oeste.
A Secretaria de Administração Penitenciária informou que o diplomata teve um mal estar após sofrer um pico de pressão alta e necessitou ser medicado. Após melhora, Hann retornou à Cadeia Pública.