Edifício A Noite, no Rio de Janeiro, recebe proposta de compra
Publicado em 27/09/2022 - 10:25 Por Tâmara Freire - Repórter da Rádio Nacional - Rio de Janeiro
O Edifício A Noite, no centro do Rio de Janeiro, recebeu uma proposta de compra, que agora será avaliada pela SPU (Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União). Em até 15 dias, o setor do Ministério da Economia vai verificar a conformidade das certidões negativas apresentadas pela pessoa interessada, identificada como Letícia Azevedo. Depois de duas tentativas frustradas de leilão, o primeiro arranha-céu do país foi colocado para venda direta, com 25% de desconto, pelo valor de R$ 28,9 milhões. Se a compradora for considerada apta, a SPU dará sete dias corridos para o pagamento de sinal de 5% do valor do imóvel e depois será assinado o contrato de promessa de compra e venda, dando seguimento ao processo.
Além da importância histórica, o edifício A Noite ocupa um endereço que tem se valorizado com a reforma da zona portuária do Rio de Janeiro. O prédio tem vista indevassável para a Baía de Guanabara e fica bem em frente à Praça Mauá, no ponto em que o Boulevard Olímpico encontra a Avenida Rio Branco, e também tem como vizinhos o Museu de Arte do Rio e o Museu do Amanhã. Por causa da posição estratégica, caso não seja comprado por um ente privado, a própria Prefeitura do Rio de Janeiro cogita adquiri-lo e restaurá-lo. Inaugurado em 1929, com 22 andares e mais de 100 metros de altura, o edifício recebeu o nome de A Noite, em referência ao jornal homônimo que funcionava ali.
A partir de 1936, o imóvel passou a abrigar a recém criada Rádio Nacional do Rio de Janeiro, com seu icônico auditório, que revelou inúmeros talentos da cultura brasileira. A emissora ocupou o edifício por mais de oito décadas, assim como outros setores da Empresa Brasil de Comunicação e do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual. Mas a necessidade de reformas obrigou a desocupação do imóvel há cerca de 10 anos e o prédio segue vazio desde então. Em 2013, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombou a fachada e alguns elementos arquitetônicos do prédio, como a escadaria em caracol. O comprador terá a obrigação de revitalizar toda a parte tombada mantendo as características originais.
Edição: Rádio Nacional/Edgard Matsuki