Appjusto, Ifood e Parafuzo são as três melhores colocadas em pesquisa sobre requisitos básicos de trabalho decente no país. 
Os dados foram apresentados nesta terça-feira (25) pela Fairwork Brasil e avaliou as empresas em 10 pontos ou princípios, que incluem remuneração, condições, contrato, gestão e representação.
A AppJusto lidera a tabela com três pontos, com iFood, em segundo lugar com dois pontos, e Parafuzo, em terceiro lugar com um ponto. O restante das plataformas não pontuou e são elas: 99, Americanas Entrega Flash, GetNinjas, Lalamove, Loggi, Rappi e Uber.
De acordo com o relatório, ainda há muito a fazer em termos de trabalho decente no país, sendo que a maioria dos trabalhadores continua enfrentando condições de trabalho injustas e falta de proteções sociais. É o que explica a coordenadora do Projeto Fairwork Brasil, Julice Salvagni.
O relatório mostra que apenas duas plataformas conseguiram um ponto ao garantir aos trabalhadores ganho de pelo menos um salário mínimo, por hora, de R$ 6 reais.
Duas empresas pontuaram ao oferecer condições claras e transparentes aos trabalhadores. Assim como, apenas duas conseguiram pontos por oferecer canal de comunicação com os trabalhadores.
Para a coordenadora Julice Salvagni, a regulamentação das plataformas representaria um passo importante para garantir condições básicas aos trabalhadores, além de outros direitos mínimos.
O Brasil possui cerca de um 1,5 milhão de entregadores e motoristas. Pessoas que chegam a enfrentar jornadas de 60 a 80 horas semanais de trabalho.
O fundador do App Justo, Pedro Andrade, considera a pesquisa importante, mas ressalta que mesmo pequena, a plataforma tenta oferecer as melhores condições aos trabalhadores.
Em nota, a Parafuzo informou ter adotado programa de seguros para acidentes pessoais e de vida para todas as diaristas e montadores que utilizam a plataforma, além de publicar informativos de segurança e aprimorar canais de suporte em tempo real e ouvidoria.
A produção tentou contato com as outras empresas, mas não obteve retorno até o fechamento da reportagem.
O iFood, depois da publicação desta matéria, enviou nota a imprensa sobre o assunto, que reproduzimos na íntegra:
Nota à imprensa
É prioridade do iFood criar um ecossistema que garanta dignidade, ganhos e transparência para os entregadores e entregadoras que trabalham com a plataforma. Desde 2020, o iFood se posiciona a favor do diálogo e de uma regulação que amplie a proteção social dos trabalhadores, além de promover inúmeras iniciativas de valorização da categoria.
Junto ao Fairwork Brasil, reafirmamos nossa postura de colaboração, desde o primeiro relatório lançado no país em 2021, com participação ativa nas fases de entrevista e envio de evidências. Lamentamos que a nota do iFood no relatório deste ano não reflita os avanços que obtivemos em muitas agendas em prol dos trabalhadores. Continuaremos trabalhando para alavancar as condições de trabalho dos milhares de entregadores e entregadoras que escolhem a nossa plataforma para trabalhar todos os dias.
Para resultados ainda mais efetivos, a empresa integra, por meio da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia - Amobitec, o Grupo de Trabalho criado pelo Governo Federal para discutir a regulação do trabalho intermediado por aplicativos. A maioria dos eixos do relatório Fairwork Brasil está sendo contemplada nas discussões do GT, como remuneração mínima equivalente ao salário-mínimo nacional; limitação de horas trabalhadas; segurança e saúde do trabalhador; e integração ao sistema público de previdência, entre outros pontos. O iFood já possui importantes iniciativas para a valorização de entregadores e entregadoras. Em julho deste ano, aumentamos o ganho em 4,5% - é o terceiro ano consecutivo com reajustes, e somos a primeira empresa brasileira a apoiar a Carta-Compromisso Ethos sobre Trabalho Decente em Plataformas Digitais.
