Índia, Brasil e a Indonésia apresentaram as maiores proporções de pessoas abaixo da linha de pobreza, em 2021, entre os países do G20. Os dados são de publicação do IBGE divulgada nesta terça-feira, que traz um retrato das desigualdades dentro dos países do bloco a partir da análise de sete indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, da ONU.
Os números de 2022 registraram queda nesses indicadores para o Brasil, de 5,8% para 3,5%. Mas o abismo entre os países ricos e em desenvolvimento ainda é grande. Na França a proporção de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza em 2021 era de 0,1%, e 0,2% nos Estados Unidos e no Reino Unido.
A erradicação da pobreza extrema é o primeiro dos 17 objetivos da Agenda 2030 o Desenvolvimento Sustentável, assinada pelos países membros da ONU, em setembro de 2015, que estabeleceu ainda 169 metas. O G20 é o principal fórum de cooperação econômica mundial e reúne as 19 maiores economias do planeta, além da União Europeia e a União Africana.
O IBGE tem colaborado com outras instituições na produção dos indicadores globais para o monitoramento da Agenda 2030 no país. A coordenadora do Projeto ODS na Presidência do Instituto, Denise Kronemberger, destaca que essa primeira publicação analisa as sinergias entre as duas agendas, no ano da presidência brasileira no G20.
Na área da violência, Brasil é o terceiro no número de vítimas de homicídio intencional em 2021, atrás apenas da África do Sul e México. Na Educação, nenhum país do G20 havia alcançado, em 2021, a cobertura universal de conclusão do ensino médio. No Brasil a taxa era 73%;
Em relação à desigualdade de gênero, o México foi o único país que alcançou a igualdade na participação de mulheres em parlamentos. Brasil registrava apenas 15% de participação de mulheres. Já em relação à proporção de mulheres em cargos de gerência, o Brasil aparece entre os três com as maiores taxas.
A publicação também analisa separadamente alguns indicadores para o Brasil e mostra que a pobreza se concentra nas pessoas mais jovens, com até 17 anos. O Índice de Pobreza Multidimensional Não Monetário, que considera outros indicadores como habitação, acesso a serviços, registrou queda e se concentra nas regiões Norte e Nordeste. Também há dados relativos às desigualdades na educação, acesso a emprego, rendimento, saúde, acesso à água e saneamento.