Radioagência leva notícias de qualidade a regiões remotas do país
A Radioagência Nacional é um serviço público de mídia da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Somos uma empresa pública que presta um serviço público para garantir um direito básico da população. Assim como uma escola fornece educação e o trabalho de um hospital é oferecer serviços de saúde, nós oferecemos serviços de mídia, garantindo o direito à informação. No caso da RA - como carinhosamente chamamos a Radioagência - esse serviço consiste em:

- reportagens;
- boletins;
- programetes;
- entrevistas em áudio;
- e podcasts.
Todo o conteúdo disponibilizado é produzido pela equipe do radiojornalismo da Rádio Nacional e também pela própria equipe da Radioagência, além de colaborações da TV Brasil e da Agência Brasil. E conteúdos de emissoras parceiras da Rede Nacional de Comunicação Pública, a RNCP.
Os usuários desse serviço são todas as pessoas que quiserem acessar os conteúdos pela internet. Mas, em especial, como agência de notícias, a Radioagência Nacional tem uma missão específica: distribuir material jornalístico para os veículos de mídia. Tanto rádios públicas e educativas, como comerciais e comunitárias, tanto as transmitidas pelas ondas hertzianas como as exclusivamente on-line, podem utilizar esse serviço de forma gratuita.
São cerca de 700 conteúdos publicados por mês, 30 por dia, cobrindo os principais assuntos nacionais do momento, além de espaço para pautas internacionais e regionais. E as séries e podcasts especiais, fora da chamada “hard news”, que são as reportagens sobre os assuntos que estão acontecendo no momento. Na média, cerca de 500 mil usuários acessam a RA por mês, com um milhão de visualizações de páginas e 100 mil áudios baixados. Mas em picos - como nos meses de eleições - o número passa de dois milhões de usuários.
O diretor do Núcleo de Rádio e TV da UFRJ, a Universidade Federal do Rio de Janeiro, Marcelo Kischinhevsky, afirma que a Radioagência Nacional é uma das bases de referência para o atual processo de expansão da Rede.
"É fundamental a gente ter uma radioagência pública no Brasil, considerando que a RNCP, a Rede Nacional de Comunicação Pública tá em forte expansão, né? A RNCP deve triplicar de tamanho até o fim do ano que vem e a gente tem cada vez mais emissoras universitárias produzindo material de alta qualidade que pode apoiar o combate à desinformação, à informação de má qualidade que hoje circula nas plataformas digitais, né?"
Kischinhevsky também é professor da Escola de Comunicação, a ECO/UFRJ, e pesquisador das áreas de radiojornalismo e mídia sonora. Ele destaca que uma das emissoras que está prestes a entrar no ar pela antena é a Rádio UFRJ, depois de alguns anos operando apenas na internet. Com isso, será mais uma a entrar no círculo de troca de conteúdos fomentado pela Radioagência.
"Então a radioagência pública é fundamental para que a gente tenha uma circulação maior desses conteúdos produzidos pelas integrantes da rede e que esses conteúdos possam ser trocados entre as várias regiões do país, compartilhando experiências, compartilhando saberes, conhecimentos produzidos pela universidade."
Para além de suprir emissoras de rádio em todo o país com notícias em áudio, a Radioagência Nacional também cumpre outra função pública de extrema relevância: garantir a distribuição de jornalismo de qualidade e referenciado para ajudar no combate à desinformação.
O jornalista Eugênio Bucci é professor titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, a ECA/USP. Ele era o presidente da Radiobrás quando a Radioagência Nacional foi criada, em 2004, e explica que, desde o princípio, o objetivo era ser uma fonte confiável de informação.
"Essa ideia da Radioagência Nacional brotou da constatação de que muitas emissoras no Brasil - estamos falando de 20 anos atrás - tinham carências de fontes de informação confiável e nós notamos que nós podíamos oferecer isso sem nenhum custo para as rádios, de forma universal, de tal maneira que não houvesse competição entre emissoras ou redes de emissoras e com muito bom resultado. E foi um salto muito grande, foi muito imediato. Acho que rapidamente nós tínhamos 2.500 emissoras cadastradas."
De acordo com Bucci, a Radioagência contribui para suprir regiões chamadas de “desertos de notícia”, que são áreas onde não há meios de comunicação locais com produção jornalística profissional.
"Nós chamávamos essas regiões de bolsões de desinformação, porque eram lugares de uma carência absurda de qualquer relato, qualquer notícia, qualquer dado que orientasse, que desse sentido para as comunidades e tal. E uma organização como a Radiobrás, e como é hoje a EBC, que consiga ser apartidária, e consiga não ser governista, ela lida com informações essenciais para vida de muitas comunidades. Então, isso deu muito certo. É preciso que a informação dê para as emissoras e para as comunidades, relatos que podem se traduzir imediatamente na vida cotidiana."
O professor explica que a desinformação é fabricada com objetivos específicos e que a situação piorou nos últimos anos:
"Aqueles diagnósticos de 20 anos atrás, eles se tornaram mais graves e não menos graves, porque ao lado da carência de notícias bem elaboradas, bem editadas de interesse público, úteis, etc, veio essa indústria da desinformação. A desinformação que existe aí, ela é fabricada. Ela custa dinheiro. Ela envolve engrenagens complexas da indústria digital para justamente levar as populações a não acreditarem mais em nada. As pessoas se perguntam: Por que que vão falar contra a vacina? É simples, é para quebrar o vínculo entre essas populações e os serviços públicos de saúde, para isolar, para deixar o cidadão totalmente perdido, ele não pode acreditar mais em nada, nada, só no fanatismo, que é um objeto impossível de merecer crédito, mas ele se vincula, ele se identifica com líderes do fanatismo. Isso torna ainda mais relevante o trabalho apartidário, não governista, desinteressado de uma Radioagência de espírito público e de comunicação pública."
Bucci lembra que, como o serviço Público de mídia coloca o cidadão no foco da notícia, a sociedade é a beneficiária do trabalho. Portanto, é para o público que a Radioagência Nacional trabalha. Dentro dos princípios éticos e legais do jornalismo e da comunicação pública.