O Chile está a um passo de acabar com mais uma herança dos 17 anos de ditadura de Augusto Pinochet. Nesta quarta-feira, o Senado chileno aprovou uma reforma eleitoral que acaba com o sistema binominal.
O sistema foi pensado por Pinochet para assegurar um empate no Congresso. Dessa forma, ele poderia frear o avanço da coalização de partidos de centro-esquerda, apos sua saída do governo em 1990. Nenhum governo eleito na democracia poderia mudar os rumos da política ou economia sem negociar com a oposição. Vários governos de centro-esquerda quiseram derrubar o sistema binominal, mas esbarraram na resistência dos partidos de centro-direita.
Agora a situação mudou: incapazes de cumprir suas promessas de campanha, por falta de apoio no Congresso, os políticos chilenos – tanto os de direita, quanto os de esquerda – perderam credibilidade. E a maioria optou por derrubar o sistema binominal. Depois de vinte e uma horas de votação, o Senado aprovou a reforma eleitoral, que deve ser ratificada pela Câmara dos Deputados na próxima semana.
O novo sistema deve entrar em vigor nas eleições legislativas de 2017.
