Advogada acusada de fingir ser negra causa polêmica nos EUA
Publicado em 17/06/2015 - 10:55 Por Leandra Felipe - Atlanta, Estados Unidos
A história da advogada de direitos civis norte-americana Rachel Dolezal, acusada de fingir ser negra, continua a repercutir na imprensa norte-americana e no movimento negro, que critica o fato de ela, sendo filha biológica de um casal branco de origem europeia, ter assumido uma identidade negra.
O caso ficou famoso nos Estados Unidos e ganhou repercussão internacional no começo dessa semana, depois que os pais dela a denunciaram em uma entrevista a uma rede de televisão norte-americana.
Até então, Rachel era uma bem sucedida ativista de direitos civis de uma associação que defende os negros no país. Após o escândalo, quando os pais mostraram uma foto dela de cabelo loiro, liso e branca, durante o ensino médio, ela foi demitida do cargo que ocupava na associação.
Nessa terça-feira (16), em uma entrevista exclusiva à rede de televisão NBC, Rachel disse que não se arrepende de ter se autodenominado negra e que não se sente branca. Algumas entidades do movimento negro a acusam de apropriar-se indevidamente de uma condição de minoria para seu benefício pessoal. Entretanto, Rachel disse que desde criança se via como negra, apesar de ser filha biológica de brancos. Ela disse que não se importa de ser chamada de transracial.
Rachel tem filhos afro-americanos de um parceiro afro-americano e trabalha em favor dos direitos civis dos negros em Washington. Para alguns representantes do movimento negro, se identificar culturamente com os afro-americanos não significa que a advogada possa se apropriar de uma condição de pessoas que sofreram racismo e problemas que ela não teve durante sua infância.
Alguns setores a acusam de ter se beneficiado de ações afirmativas fingindo ser negra. Rachel, entretanto, se defende dizendo que não se sente branca e fez tudo o que fez para sobreviver.