Ex-presidente argentino é condenado por participação na Operação Condor
Publicado em 27/05/2016 - 21:43 Por Mônica Yanakiew - Buenos Aires (Argentina)
Aos 88 anos, o último ditador argentino, Reynaldo Bignone, voltou nesta sexta-feira ao banco dos réus. Foi condenado a mais uma pena de 20 anos. Dessa vez por causa de sua participacão na Operacao Condor - a aliança forjada por seis ditaduras da América do Sul, na década dos anos 70.
O objetivo era cooperar para perseguir e eliminar opositores aos regimes militares, com a ajuda dos Estados Unidos.
A Justica Argentina passou os últimos dezessete anos investigando os casos de 105 vitimas da Operacao Condor. 45 são do Uruguai, 22 do Chile, 13 do Paraguai, 11 da Bolivia e 16 da Argentina.
Três dos argentinos desapareceram no Rio de Janeiro. Foram sequestrados por militares de seu país, com a ajuda das forcas de seguranças brasileiras. Apesar do Brasil ter participado da Operação Condor, nesse processo não há vítimas brasileiras.
Os réus – dezesseis argentinos e um uruguaio – ja estavam presos, condenados por outros crimes de lesa humanidade.
No julgamento de sexta-feira, dois deles foram absolvidos. Os outros quinze receberam penas de oito a vinte e cinco anos.
Para a advogada Luz Palmas, esse processo terá impacto na Argentina – mas também nos países vizinhos, onde os responsáveis pelos crimes do passado não foram julgados.
A Justica Argentina continua investigando as denúncias de tortura, sequestro e assassinato, cometidos há mais de 30 anos.
Entre eles, a morte do ex-presidente João Goulart, deposto no golpe de 1964. Ele morreu na Argentina em 1976 e existe a suspeita de que foi assassinado.