Brasil questiona eleições na Venezuela; Grupo de Lima vai convocar embaixadores
Internacional
Publicado em 21/05/2018 - 11:25 Por Danyele Soares - Brasília
O governo brasileiro comentou a realização das eleições na Venezuela. Em comunicado, o Itamaraty se posicionou afirmando que o governo venezuelano não atendeu aos repetidos chamados da comunidade internacional para a realização de um pleito livre, justo, transparente e democrático.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a eleição realizada nesse domingo não teve legitimidade e credibilidade, devido às condições em que ocorreu – com presos políticos, partidos e lideranças políticas inabilitados, sem observação internacional independente e em um contexto de absoluta falta de separação entre os poderes.
Para o governo brasileiro, a disputa eleitoral aprofundou a situação econômica, social e humanitária que aflige o povo venezuelano.
O Ministério das Relações Exteriores informou ainda que vai continuar atuando na Organização dos Estados Americanos (OEA) em favor do restabelecimento da democracia no país vizinho.
Além do Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia informaram que não reconhecem a legitimidade das eleições. As nações, que compõem o chamado Grupo de Lima – que discute alternativas para a crise venezuelana –, decidiram convocar os embaixadores da Venezuela nos respectivos países para prestarem esclarecimentos.
Nas eleições desse domingo, o presidente Nicolás Maduro foi reeleito para um mandato de seis anos com 67% dos votos válidos. Mas o índice de abstenção chegou a 54%. Nas últimas eleições em 2013, 80% do eleitorado compareceu às urnas. O único adversário de Maduro, Henri Falcón, conseguiu 21% dos votos. O opositor disse que não reconhece o resultado.