Decisão de Trump de abandonar o acordo nuclear causa reações polarizadas na comunidade internacional
O anúncio de Donald Trump, sobre a decisão de abandonar o acordo nuclear firmado em 2015, teve reação imediata na Europa e Oriente Médio. Pouco depois do pronunciamento de Trump na Casa Branca, o presidente francês, Emmanuel Macron, condenou no Twitter o posicionamento assumido pelo presidente norte-americano, e falou em nome de outros países, como Reino Unido e Alemanha.
Ele disse que a França, a Alemanha e o Reino Unido lamentam a decisão dos EUA de deixar o acordo. “O regime de não proliferação nuclear está em jogo". Ele também afirmou que estes países trabalharam em conjunto por um acordo mais completo.
Há menos de 15 dias, Macron foi até os Estados Unidos para conversar com Trump e tentar convencê-lo a não abandonar o acordo.
A União Europeia posicionou-se minutos antes do anúncio de Trump e afirmou que o acordo é importante como instrumento de dissuasão do Irã para obter armas nucleares e que manterá o apoio.
A chefe do bloco, Federica Mogherini, lembrou que o acordo nuclear com o Irã é o "ponto culminante de 12 anos de diplomacia. e que o pacto pertence a toda a comunidade internacional ".
Federica Mogherini fez um apelo ao Irã e a população ao país que não permita que "ninguém desmantele o acordo".
O presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse que a decisão anunciada por Trump repetiu uma experiência histórica de que os "Estados Unidos nunca cumpriram seus compromissos".
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netahiaru, afirmou em declarações à imprensa, que "Trump fez um movimento histórico", e elogiou o presidente norte-americano pelo que chamou de uma decisão "corajosa de liderança" contra um regime que alimenta o terrorismo e um acordo que jamais "deveria ter sido celebrado" nos termos em que foram acordados.
A Arábia Saudita, importante aliado econômico dos Estados Unidos, divulgou um comunicado em sua TV e afirmou que o Irã "usou ganhos econômicos da suspensão das sanções para continuar suas atividades para desestabilizar a região", seguindo os argumentos de Trump de que o governo iraniano estaria desenvolvendo mísseis balísticos e apoiando grupos terroristas na região.