O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, passou mais de um mês sem aparecer publicamente. Sua última aparição foi no dia 12 de março, e o sumiço gerou muitas especulações no país sobre seu estado de saúde.
No pronunciamento estavam presentes a esposa e vice-presidente, Rosario Murillo, além da equipe de ministros. Ninguém usava máscaras. Durante o anúncio, Ortega afirmou que a Nicarágua tem um bom sistema de saúde gratuito e está preparada para lidar com a Covid-19.
Apesar das recomendações da Organização Mundial da Saúde, o regime de Ortega não determinou o fechamento de escolas e comércios, não fechou as fronteiras nem proibiu a entrada de estrangeiros, como fizeram países vizinhos. A Nicarágua também não adotou medidas de isolamento ou distanciamento físico. Ao contrário, o governo defende a continuidade da vida normal.
Durante a Semana Santa deste ano, os nicaraguenses foram às ruas para os tradicionais festejos e procissões, formando aglomerações e ignorando, inclusive, as orientações do Papa Francisco sobre a necessidade de isolamento físico durante a pandemia.
De acordo com as informações oficiais, a Nicarágua registra, até o momento, nove casos de contaminação e uma morte. No entanto, Rosario Murillo, responsável por fazer os anúncios sobre a evolução da doença no país, é acusada por jornalistas nicaraguenses de manipular os dados, excluindo do cálculo as pessoas infectadas que já se recuperaram, divulgando estatísticas confusas.
Em seu discurso, Ortega afirmou que, desde que foi declarada a pandemia, no dia 11 de março, a Nicarágua registrou 1.237 mortes, sendo apenas uma de Covid-19.
O país tem 6,5 milhões de habitantes e faz fronteira com Honduras e Costa Rica. Honduras já registra mais de 400 casos e 35 mortes. Já na Costa Rica, são mais de 600 infectados e quatro mortos.




